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Mãe e bebê morrem após atendimentos em maternidade e família acusa negligência médica: 'Vi a maca com sangue'

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Da redação

O caso aconteceu no município de Conceição do Coité

Mãe e bebê morrem após atendimentos em maternidade e família acusa negligência médica: 'Vi a maca com sangue'
Freepik

Uma mulher de 30 anos, identificada como Leandra dos Santos Souza, morreu após dar à luz a um bebê natimorto, em função de uma hemorragia e duas paradas cardíacas, após atendimento na maternidade municipal de Conceição do Coité, na região sisaleira da Bahia. A paciente, segundo a família, teria sido vítima de negligência médica.

A primeira visita de Leandra à Unidade Materno Infantil teria acontecido no dia 22 de fevereiro, uma quinta-feira. De acordo com a sobrinha dela, Tauane Batista, a mulher chegou com queixas de fortes dores, mas não teria sido examinada, apenas medicada e, logo após, liberada.

Tauane denunciou ainda que o médico teria diagnosticado a vítima com uma infecção. "Ele falou que Leandra estava com infecção urinária. Disse que não estava em tempo [de ter o bebê]. Ela foi medicada e liberada. No dia 2 de março, minha tia retornou com os mesmos sintomas e novamente foi apenas medicada. Até aí, o bebê ainda estava vivo", contou.

Na última ida ao hospital, Leandra enviou aos familiares que a criança iria nascer, por meio de um grupo de WhatsApp. Porém, quando chegou à maternidade, o bebê já estava sem vida. "Na madrugada de terça (5), ela avisou que teria o filho. Mas quando o médico fez o exame de toque viu que tinha fezes e o bebê já estava morto", continuou a sobrinha.

Leandra foi encaminhada para realizar uma cesárea e, depois do procedimento, a família estranhou a quantidade de sangue que perdeu. "Eu, quando fui visitar, vi a maca com muito sangue. Ela estava tendo uma hemorragia e ninguém fez nada. Pedi lençóis limpos e não tinha. Deram uma fralda para ela, mas não mudou nada. Pedi outra fralda, mas falaram que tinham que esperar para trocá-la", acusa Tauane.

Logo após os acontecimentos, a vítima foi transferida, por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), para o Hospital Estadual da Criança, em Feira de Santana, mas teria sofrido duas paradas cardíacas no percurso. Por volta das 20h, o médico avisou que Leandra Souza não tinha resistido. 

"Eles fizeram isso [transferir a paciente de unidade] para tirar a culpa da maternidade daqui. Seria mais um corpo saindo daqui. A Prefeitura postou uma nota tirando a culpa da maternidade", concluiu a sobrinha de Leandra. A Prefeitura de Conceição do Coité publicou a nota de esclarecimento em suas redes sociais, alegado que todos os procedimentos foram realizados de forma correta e lamentando a morte da jovem.

“Lamentamos que a perda da vida de uma jovem seja utilizada para macular a imagem de uma equipe de profissionais dedicados e da gestão municipal. Sobre os fatos, o diretor médico informa que a gestante deu entrada na Unidade Materno Infantil de Conceição do Coité, não sendo detectado batimentos cardiofetais durante o exame, de modo que foi submetida a uma cesariana. O óbito fetal foi confirmado e o procedimento transcorreu sem nenhuma intercorrência”, esclareceu. 

"Ressaltamos o compromisso e dedicação da equipe plantonista da UMI de Coité que prestou toda a assistência necessária. Lamentamos o ocorrido e nos solidarizamos com seus familiares e amigos pela perda", completou a nota da gestão municipa. 
 

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