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O destino do Odorico Tavares. Qual? - Por Casemiro Neto

Data:
Casemiro Neto

Qual será o destino do Odorico Tavares? Fechado há 3 anos, o Colégio fica em uma das áreas mais valorizadas do país. O governo pretende fazer um leilão e trocar o dinheiro pela construção de unidades de ensino na periferia da capital.

O  destino do Odorico Tavares. Qual? - Por Casemiro Neto

O  Colégio Odorico Tavares já foi uma das unidades de ensino da rede estadual mais tradicionais da Bahia. Hoje, a imagem é bem diferente. Quem passa pelo Corredor da Vitória, em Salvador, se depara com um prédio imenso, totalmente abandonado. 

O Colégio foi inaugurado em 1994 pelo então governador Antônio Carlos Magalhães, o ACM. Foi uma festa no setor da educação baiana. O Colégio ocupava (e ocupa) uma área de 5 mil metros quadrados e tinha a capacidade para a matrícula de 3 mil e 600 alunos. O Odorico era disputado por centenas de pais que queriam ter os filhos matriculados. 

Os anos se passaram e a realidade mudou. Por falta de manutenção, o imóvel começou a se degradar. Até a cobertura da quadra de esporte não resistiu a uma chuva forte e acabou desabando. Outro problema foi o recorrente atraso no pagamento de funcionários da área da limpeza e do refeitório. Resultado: o colégio entrou em fase de decadência e deixou de ser alvo desejado por famílias de Salvador que desejavam ver os filhos matriculados em um escola de qualidade. 

Para se ter uma ideia, quando o Colégio fechou as portas, em 2019, apenas 308 estudantes estavam matriculados. 

O QUE SERÁ DO ODORICO?

O Colégio fica em uma das áreas mais valorizadas do mercado imobiliário do país. A depender do andar, o metro quadrado no Corredor da Vitória chega a custar R$ 20 mil. Preço ainda mais valorizado depois da construção da Mansão Wildberger, com apartamentos com preços que variam de 18 milhões a 36 milhões, quando ocupam o andar inteiro.

Preços desse nível enchem os olhos das construtoras que têm na luxuosa Vitória um filão de lucros exorbitantes. Os caminhos do destino do Odorico passam, possivelmente, por um leilão a ser realizado pelo Governo do Estado. Em valores atuais, a estimativa é de que o terreno vale, no mínimo, 50 milhões de reais. Esse número vultoso não é tão significativo diante dos lucros que podem ser obtidos na construção de prédios na área do Odorico. 

A especulação (imobiliária!) é de que pelo menos quatro torres sejam construídas no local. São edifícios que podem passar de 30 andares. Com cada apartamento sendo vendido a preços milionários não é difícil fazer as contas e fechar a equação lucrativa para quem tomar posse da área. Quando foi recentemente questionado sobre o destino do Colégio, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) disse que segue a ideia de seu antecessor Rui Costa de leiloar e trocar a escritura pela construção de unidades de ensino nos bairros periféricos da capital. 

Segundo Rodrigues, essa pendenga deve ser resolvida até o fim do ano. Parodiando versos de quem batiza o Colégio, o jornalista e poeta Odorico Tavares: “Verdade é que não sei se tudo pode ficar como antes. O rio pode muito bem ter mudado seu curso”. 

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