O Ministério Público do Trabalho (MPT) pediu à Justiça a condenação do grupo econômico liderado por Gilson Prazeres Bastos, suspeito de produzir fogos de artifício de forma clandestina no recôncavo baiano. O MPT requer o pagamento de R$ 20 milhões por danos coletivos.
Apresentado durante audiência de instrução realizada nesta segunda-feira (19), na 24ª Vara do Trabalho de Salvador, o pedido foi feito após o órgão confirmar o descumprimento de uma liminar que proibia a produção, armazenamento, transporte e comercialização do artefato.Durante uma operação ocorrida nos dias 14 e 15 de maio, equipes do MPT, Polícia Civil, Exército, Superintendência Regional do Trabalho e Secretaria de Justiça e Direitos Humanos encontraram diversos pontos de produção clandestina em cidades como Santo Antônio de Jesus, Muniz Ferreira e Cruz das Almas.
Foram apreendidas 2,8 milhões de unidades de fogos de artifício e 61 kg de bombas a granel armazenadas de forma irregular. Dois homens foram presos e posteriormente liberados após prestarem depoimento.
Relembrando a tragédia de 1998
A explosão na fábrica "Vardo dos Fogos" em 1998, que matou 64 pessoas, principalmente mulheres e crianças negras, é considerada o maior acidente de trabalho da história da Bahia. Segundo o MPT, após a tragédia, os filhos de Osvaldo Prazeres continuaram a produzir fogos de forma clandestina.
Durante uma operação recente, equipes do MPT e outras autoridades encontraram diversos pontos de produção clandestina em cidades da região. A juíza Adriana Manta determinou que as multas previstas pela liminar sejam executadas judicialmente.