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Projetos sociais liderados por mulheres transformam a realidade de comunidades na Bahia

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Da redação

Quase metade dos cargos de liderança de ONGs e associações do terceiro setor são ocupados por mulheres (47%)

Projetos sociais liderados por mulheres transformam a realidade de comunidades na Bahia
Divulgação

Dados da 16ª edição do Global Gender Gap Index, um dos mais importantes estudos sobre desigualdade de gênero no mundo, apontam que quase metade dos cargos de liderança de ONGs e associações do terceiro setor são ocupados por mulheres (47%). 

Alessandra Silva das Neves, de 33 anos, diretora-presidente do Instituto de Pesca Artesanal de Ilha de Maré (IPA), é uma dessas lideranças femininas, que desde 2016 se dedica a mudar a realidade em sua comunidade. "Eu sou fruto de Ilha de Maré. Minha primeira travessia foi nos braços de minha mãe voltando da maternidade em Salvador. Mesmo me criando aqui, não enxergava como poderia impactar de forma positiva na vida de outras pessoas", confessa.

Atualmente, liderada por ela, as ações do Instituto de Pesca Artesanal têm o objetivo de promover a educação ambiental dos pescadores em Ilha de Maré, além do fortalecimento econômico das famílias locais por meio da pesca responsável. O projeto consiste na recuperação de corais nativos da Baía de Todos-os-Santos com suporte da tecnologia, que utiliza o plástico e outros materiais recicláveis para potencializar o crescimento da espécie Millepora alcicornis.

Outra liderança feminina que tem desempenhado papel fundamental para o desenvolvimento social e econômico de sua comunidade é a mestra Dinoélia Santos Trindade. Aos 64 anos, ela comanda a Associação das Rendeiras da Cidade de Dias d'Ávila (Rendavan), criada em 2011.

Por meio do projeto "Nosso Bordado", a Associação promove cursos básicos de renda de Bilros, Costura e Modelagem, Crochê e Bordado a mão, proporcionando para adolescentes, jovens e adultos das comunidades de Dias d'Ávila a geração de renda com a utilização de técnicas artesanais.

"Essas pessoas são capacitadas e, com o apoio da Coordenação de Fomento ao Artesanato, são avaliadas após o curso. Os aprovados recebem a carteira nacional de artesão, trazendo valorização social para a comunidade, geração de renda para suas casas ao participar de feiras para comercialização dos produtos, além da elevação da autoestima. Transformando as vidas de pessoas, por meio da sociedade civil organizada, automaticamente transformamos a realidade local", destaca mestra Dinoélia.

Os projetos fazem parte do segundo edital da Braskem, que “está engajada em contribuir para o fortalecimento da Economia Circular”.

EDUCAÇÃO DE BERÇO

Fascinada pela área de Educação e inspirada pela mãe, Maria Alves, também professora, Raquel Alves Sobrinho, de 42 anos, aprendeu desde cedo que a profissão é um compromisso de vida. "Esta mulher foi responsável por criar suas duas filhas gêmeas sozinha. Desde 1988 ela trabalha neste espaço social de forma voluntária. Segui o ofício de educar e desde os 11 anos já era professora de reforço escolar", orgulha-se Raquel.

Ainda seguindo os passos da mãe, Raquel passou a ajudar de forma voluntária na Escola Creche Comunitária Nossa Senhora do Amparo, no bairro do Gravatá, em Camaçari. O espaço abriga atualmente as aulas do projeto de Educação Integrada em Literatura, Matemática e Artes.

"Nesta Instituição inúmeros foram os desafios, a começar pela estrutura, pois a iniciativa de criar uma creche surgiu de um grupo de mulheres na década de 1980. Na época, o descrédito era nítido graças ao estereótipo de que só homens sabiam prover ações e projetos", relembra Raquel, doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
 

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