A frota de veículos elétricos e híbridos disparou em Salvador, que saiu de pouco mais de 300 unidades em 2020 para mais de 11 mil em 2025 — um salto de 3.500%. No estado, os números também impressionam: de menos de 700 para mais de 21 mil, segundo o Detran-BA.
O crescimento coloca a capital como vitrine da eletromobilidade fora do eixo Rio-São Paulo, impulsionado pela chegada da BYD e pelo interesse dos motoristas em reduzir gastos com combustíveis.
Thiago Sugarrara, vice-presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), destacou que a Bahia já ocupa a oitava posição no ranking nacional, com 6,2 mil novos emplacamentos apenas entre janeiro e agosto.
A economia é outro atrativo: dirigir elétrico pode ser até 70% mais barato que usar gasolina.
Em Salvador, mais de 4 mil proprietários já aproveitam a isenção de IPVA para veículos de até R$ 300 mil.
O setor de serviços acompanha a tendência. Shoppings da capital disputam a clientela com pontos de recarga, e o Salvador Shopping registra mais de 80 abastecimentos por dia, crescimento de 70% em um ano. Novos empreendimentos imobiliários já incluem vagas elétricas como diferencial.
Com a instalação da fábrica da BYD em Camaçari, a cadeia automotiva se expande, gerando empregos diretos e indiretos. Pesquisas da USP e Unicamp, apoiadas pela ONU, projetam que a eletromobilidade pode dobrar a geração de empregos no país até 2050, com maior renda e distribuição.
A capital também ganha protagonismo na infraestrutura. Desde março, centros comerciais de Salvador são obrigados a instalar ao menos um terminal de recarga, e novos prédios devem prever carregadores em seus projetos.