Para você acertar na escolha, Livio Chiazzano, enófilo e sommelier, dá dicas e explica a diferença entre os espumantes.
Já estamos nos últimos dias de Dezembro, hora de nos certificarmos de que tudo o que organizamos – local, entradinhas, ceia, sobremesa e bebidas - está certinho para a noite da virada. A estrela da noite, claro, será o espumante para brindarmos a chegada do ano e renovarmos as promessas para os próximos 365 dias.
Mas por que beber o espumante no réveillon virou tradição? Segundo historiadores, não há uma certeza da data de quando tal costume iniciou; mas podemos dizer que tal ritual denota à época da aristocracia romana que escolhia os melhores vinhos para beber em suas comemorações. Sabemos também que o espumante foi criado no século XVI, e foram necessários mais dois séculos para ele se tornar uma bebida parecida com a que bebemos atualmente.
Desta forma, o espumante virou símbolo de celebração e começou a ganhar espaço nas comemorações perdurando até hoje, como nas festas de casamento, vitórias automobilísticas, réveillon, entre outras.
Agora que já temos uma noção de onde esta bebida vem e o porquê de brindamos com ela; qual escolher?!
CLASSIFICAÇÕES
Para não errarmos na escolha, primeiro é necessário entendermos a diferença entre os tipos deste vinho gaseificado.
Podemos dizer então que todo vinho gaseificado é um espumante? Não. Basicamente são divididos entre Espumantes e Frisantes. Os Espumantes são vinhos que durante o processo de fermentação apresentam a gaseificação natural, e a pressão interna da garrafa precisa ter, no mínimo, 4 atm a 20°C. Já os Frisantes podem apresentar pressão entre 1,1 e 2 atm a 20°C e o gás carbônico (responsável pela borbulha) pode ser tanto natural, quanto adicionado.
Espumante, Champanhe, Prosecco ou Frisante? Veja abaixo a diferença entre as nomenclaturas:
Espumante: independente da região, pode ser fabricado a partir de diferentes formas que resultam em diferentes classificações; por método, ancestral, tradicional, charmat e asti, e por concentração de açúcar, nature, extra brut, brut, sec, demi-sec, e doux.
Champanhe: são os espumantes produzidos na região de Champagne, na França, localizada a duas horas ao leste da capital francesa. Os Champanhes têm dupla fermentação na garrafa e só podem ser utilizadas as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier para a sua produção.
Prosecco: assim como o Champanhe, este é outro espumante com denominação específica da região produtiva. Produzidos no norte da Itália, o Prosecco deve conter, no mínimo, 85% da Glera e 15% de outras uvas específicas; Verdiso, Bianchetta Trevigiana, Perera, Lunga, Chardonnay, Pinot Bianco, Pinot Grigio e Pinot Nero. Todas as uvas devem ser vinificação em branco pois está denominação não aceita os tipos rosés e tinto.
Frisantes: não são classificados como espumantes, pois passam por um processo de fermentação simplificado gerando bolhas mais finas perdurando menor tempo após o serviço.
HARMONIZAÇÃO
Harmonizarmos o espumante com o alimento correto é um aspecto crucial para explorarmos todo o sabor que a bebida nos oferece tornando a celebração ainda mais especial. Um espumante mais frutado e doce pode ser harmonizado com pratos mais leves, frutas secas e sobremesas; por outro lado, um espumante mais seco harmoniza melhor com aperitivos fritos, queijos e carnes gordurosas.
TEMPERATURA
Além da harmonização correta, outro detalhe que não podemos deixar de lado é a temperatura do espumante. Este tipo de bebida deve ser servido sempre bem gelada, entre 5° e 7°C. Para espumantes mais complexos, de 8° a 10°C.
Em resumo, na escolha do espumante para a noite de réveillon devemos considerar o estilo, a origem e a harmonização com os pratos servidos garantindo, assim, um brinde inesquecível e delicioso no momento da virada.
Um brinde e Feliz Ano Novo!