Se você já viu um rótulo com 91 pontos e pensou “mas de onde vem essa nota?”, respira e vem comigo que hoje vamos desvendar esse mistério das pontuações no mundo dos vinhos, um universo cheio de aromas, sabores... e números.
A pontuação é uma avaliação técnica feita por críticos especializados, sommeliers, revistas e concursos de vinho. O objetivo? Traduzir em números a qualidade e complexidade do vinho analisado. É quase como uma “nota do Enem” da sua taça — só que, nesse caso, todo mundo quer tirar 100, mas atenção; vinho é experiência, é gosto pessoal. Uma nota alta pode indicar qualidade técnica, mas não significa automaticamente que você vai gostar.
Mas, como funciona esse sistema de pontuação? O mais comum é a escala de 100 pontos, popularizada por críticos renomados como Robert Parker e a
revista Wine Spectator. Funciona assim:
- 95 a 100 pontos – Excepcional, digno de medalha de ouro. Vinho complexo,
elegante e equilibrado. - 90 a 94 pontos – Excelente. Acima da média, com grande caráter e tipicidade.
- 85 a 89 pontos – Muito bom. Vinho bem feito, prazeroso e fiel à proposta.
- 80 a 84 pontos – Correto. Sem defeitos, mas sem grandes destaques.
- Abaixo de 80 – Média ou abaixo da média. Pode ter desequilíbrios ou pouca
expressão.
Algumas revistas e concursos também utilizam medalhas: ouro, prata, bronze, ou ainda classificações como “Best Buy” (melhor compra), “Top 100”, entre outras.
Mas quem são os responsável pela pontuação dos vinhos? Os principais nomes da crítica internacional incluem Robert Parker (Wine Advocate), Wine Spectator, James Suckling, Decanter Magazine, Jancis Robinson e Tim Atkin. Além deles, concursos internacionais como o Decanter World Wine Awards e o Concurso Mundial de Bruxelas também pontuam e premiam vinhos. Aqui no Brasil, nomes como Guia Descorchados, ADEGA, e a revista Prazeres da Mesa também fazem análises e rankings que ajudam o consumidor.
Como a pontuação é definida? Um vinho é analisado em degustação às cegas (ou seja, sem saber a marca) e avaliado segundo critérios como aparência (limpeza, cor, brilho), aromas (intensidade, complexidade, tipicidade da uva), sabor (equilíbrio entre acidez, taninos, álcool, doçura), persistência (quanto tempo o sabor permanece na boca) e harmonia geral (a famosa “impressão final”).
Esses fatores recebem notas parciais que, ao final, formam a pontuação do vinho. Um vinho pode ser excelente em um quesito, mas desequilibrado em outro, o que derruba a sua média final.
Um ponto ponto-chave que devemos nos atentar é que uma nota alta não garante que você vá amar aquele vinho. Um tinto encorpado com 95 pontos pode não agradar alguém que prefira brancos leves e frutados. Por isso, a pontuação deve ser vista como uma bússola, não um mapa definitivo.
Use as notas para orientar escolhas, mas siga descobrindo seus próprios preferidos. Afinal, o melhor vinho do mundo é aquele que faz sentido no seu paladar, no seu momento, com a sua companhia.
Se você está começando, procure vinhos entre 88 e 92 pontos — costumam oferecer ótima relação qualidade-preço e são ideais para explorar novos estilos.
Ah, e fique de olho nos vinhos nacionais premiados; cada vez mais eles brilham em concursos internacionais e surpreendem o paladar com qualidade e personalidade.
Pontuação não é sentença. É referência. Uma pista valiosa, mas não o veredito final. Então, da próxima vez que vir um vinho com 93 pontos, lembre-se: vale experimentar, mas também confiar no seu próprio gosto.
Até o nosso próximo encontro. TIM-TIM!
