Você já se pegou tentando explicar o sabor de um vinho e só conseguiu dizer “gostoso” ou “forte”? Se sim, você está longe de estar sozinho. Mas a boa notícia é: aprender a descrever um vinho é como aprender um novo idioma — e as primeiras palavras que você precisa no vocabulário são três: acidez, corpo e final.
Esses três elementos são a espinha dorsal da análise sensorial de um vinho. Eles ajudam a entender o que está na taça, comunicar suas preferências e, claro, impressionar um pouco na roda de amigos, mas sem virar o “chato do vinho”, prometo!
Então, vamos decifrar esse trio? A acidez é o que dá vivacidade e frescor ao vinho. É a sensação que faz a boca salivar, como quando você morde uma fatia de limão. Vinhos brancos geralmente têm mais acidez, especialmente os feitos com uvas como Sauvignon Blanc e Riesling. Mas tintos como Pinot Noir e Sangiovese também podem ter acidez marcante.
Dê um gole e veja se sua boca “enche de água”. Isso é a acidez agindo. Ela é essencial para equilibrar o álcool, o açúcar e tornar o vinho mais gastronômico.
O corpo do vinho é como a estrutura física dele. Pense na diferença entre leite desnatado, leite integral e creme de leite — todos são líquidos, mas com pesos bem diferentes na boca. Com os vinhos é a mesma coisa.
Para termos a percepção da intensidade do corpo de um vinho devemos sentir o quanto o líquido que está na boca “preenche” o paladar. Vinhos mais encorpados parecem mais densos e persistentes.
O final, também chamado de retrogosto, é o sabor que fica na boca depois que você engole (ou cospe, se estiver numa degustação técnica). É como o “encore” de um show: pode ser breve e esquecível ou marcante e prolongado.
Geralmente, nos vinhos com finais curtos, o retrogosto desaparece em 2 ou 3 segundos, esta característica é bastante associada a vinhos mais simples. Já nos vinhos de final médio a longo, a sensação permanece por vários segundos, podendo durar até 1 minuto nos rótulos mais complexos e de melhor qualidade. Um vinho tinto com final de café, chocolate ou especiarias vai deixar um “rastro” desses sabores na sua boca. Isso é maravilhoso para harmonizar com pratos mais intensos ou para beber devagar, apreciando cada nuance.
Mas pra que devemos nos importar com estes detalhes? Saber identificar acidez, corpo e final não é só coisa de especialista. Isso ajuda você a entender o que gosta. Então da próxima vez que você abrir um vinho tente analisar: O vinho é ácido? Sua boca salivou? Ele é leve, médio ou pesado na boca? O sabor desapareceu rápido ou ficou ecoando Perceber essas impressões pode transformar completamente sua jornada no mundo dos vinhos.
Até o nosso próximo encontro. TIM-TIM!