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Vinhos em Harmonia – Garrafa bonita nem sempre é sinônimo de qualidade

Data:
Livio Chiazzano

Na coluna de hoje, vamos falar de um dos maiores mitos do mundo do vinho: a ideia de que uma garrafa bonita é garantia de qualidade;

Vinhos em Harmonia – Garrafa bonita nem sempre é sinônimo de qualidade
Freepik

Você está passeando pelo supermercado ou navegando por um site de vinhos. De repente, ela aparece: uma garrafa de vinho com rótulo sofisticado, nome estrangeiro charmoso e um design que daria orgulho de exibir na estante da sala. A tentação é grande e a expectativa também. Afinal, se a embalagem é linda, o vinho deve ser ótimo... certo? Nem sempre.

Na coluna de hoje, vamos falar de um dos maiores mitos do mundo do vinho: a ideia de que uma garrafa bonita é garantia de qualidade; e por que, na maioria das vezes, o que vale mesmo é o que está dentro (e não fora) da garrafa.

É natural sermos atraídos por embalagens bonitas, não é mesmo? No mundo visual em que vivemos, o design de um rótulo é uma poderosa ferramenta de marketing. Ele conta histórias, sugere experiências e, em muitos casos, faz com que um vinho “fale mais alto” na prateleira.

Mas aqui vai a verdade dura e clara: um rótulo bonito pode esconder um vinho mediano, na melhor hipótese. E o contrário também é real; já perdi a conta de quantas vezes encontrei vinhos maravilhosos com rótulos simples, até sem graça.

Algumas vinícolas investem pesado em design e branding para conquistar o consumidor iniciante. Usam garrafas mais pesadas, letras douradas, nomes estrangeiros e até rolhas longas e brilhantes. Tudo para passar a ideia de sofisticação. Claro, não há problema em cuidar da apresentação, isso também faz parte da experiência. Mas é bom lembrar: beleza vende, mas não enche a taça de qualidade.

Quer um vinho realmente bom? Então, em vez de se deixar levar só pelo visual, preste atenção em alguns pontos mais técnicos (mas fáceis de entender!):

Produtor ou vinícola: procure saber se a vinícola tem boa reputação. Às vezes, um nome discreto no rótulo revela um trabalho sério por trás.

Região de origem: certas regiões são famosas pela qualidade. Um vinho argentino de Mendoza ou um chileno do Vale do Colchagua, por exemplo, já indica um bom começo.

Uva utilizada: saber qual uva está na garrafa ajuda a entender o que esperar em termos de sabor, corpo e acidez.

Safra: vinhos jovens são ideais para o dia a dia, enquanto safras mais antigas podem oferecer mais complexidade, mas só se o vinho tiver estrutura para envelhecer.

Já vi muito vinho com rótulo deslumbrante e preço alto, mas com sabor decepcionante; sem equilíbrio, com álcool sobrando ou com final curto. Isso acontece porque o investimento foi mais na aparência do que na qualidade do vinho em si.

Há também o famoso “efeito presente”: vinhos que parecem ter sido feitos para impressionar quem vai receber, mas que não resistem a uma boa análise sensorial.

Mas isto não significa que beleza e qualidade não podem andar juntas. Existem vinhos maravilhosos com rótulos igualmente lindos. O segredo é não se deixar levar apenas pela estética. Aprenda a olhar além da embalagem e você vai descobrir um mundo muito mais rico, saboroso e (por que não?) surpreendente.

Da próxima vez que se deparar com uma garrafa irresistivelmente bonita, respire fundo e pergunte a si mesmo: Será que esse vinho é tudo isso mesmo ou só está bem vestido? Com um pouco de curiosidade, pesquisa e disposição para experimentar, você vai aprender a escolher vinhos que realmente encantam pela experiência que proporcionam e não só pela aparência.

E lembre-se; no mundo do vinho, quem julga pela capa pode perder histórias incríveis guardadas em rótulos discretos e garrafas modestas.

Até o nosso próximo encontro. TIM-TIM!

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