O secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, usou as redes sociais para fazer um desabafo depois da passagem da cantora norte-americana Beyoncé por terras soteropolitanas nesta quinta-feira (21), quando divulgou, na festa "Club Renaissance", o filme de sua turnê, no Centro de Convenções, na Boca do Rio.
Na postagem, Tourinho falou sobre a potência de Salvador como a cidade mais preta fora da África, e também alfinetou as grandes marcas que insistem em focar no eixo Sul-Sudeste, deixando o Nordeste de lado.
"Salvador pode não ser a maior cidade do Brasil, muito menos a capital mais rica, mas é a maior cidade negra fora da África do mundo. A cultura do Brasil é negra, a cultura pop do mundo é negra, portanto, em que outro lugar do mundo Beyoncé deveria estar senão em Salvador?".
O secretário aproveitou para frisar que a norte-americana fez muito mais pela capital baiana do que qualquer outra marca neste ano.
"Beyoncé é uma mulher de negócios. Dentre todas as cidades do mundo resolveu fazer a estreia internacional do seu filme em Salvador. O que ela viu em Salvador que nenhuma outra marca, grande empresa, agência de publicidade de São Paulo viu? A cultura negra de Salvador segue sendo negligenciada pelas marcas, e podemos dizer Beyoncé investiu do próprio dinheiro em Salvador mais do que qualquer outra marca esse ano. E teve resultado".
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Tourinho relatou como foi a participação da "Queen B", e ressaltou que a artista celebrou seus ancestrais.
"Beyoncé entrou ao som da Banda Didá, apenas mulheres negras, tocando Samba Reggae, Faraó, abrindo alas para a rainha que chegou envolta em prata e na bandeira da Bahia.
"one of one, number one, the only one, BAHIA." Isso é respeito e celebração à terra que se está pisando, a quem veio antes, aos protagonistas daqui".
Foram apenas cinco minutos de aparição da ícone na capital baiana que fizeram Salvador ser registrada munidialmente.
"Ao terminar sua participação eterna de 5 minutos, Beyonce apresenta, celebra e passa o bastão para Lunna Monty, mother da house Afrobapho, por suas próprias palavras, travesti, preta e periférica, que com sua performance transformou a cultura negra queer de Salvador e a conectou com o mundo. Merecido e necessário".
Segundo Tourinho Beyoncé deixou aprendizados na passagem pela Bahia.
"Fãs em primeiro lugar. Desde o início a experiência foi completamente focada nos fãs, que viveram uma noite riquíssima, com comes e bebes e cuidados mil, presentes, elementos, refs e histórias que ficarão na memória de quem veio e de quem viu".
"Ela fez o certo, o perfeito, o impecável: voou por 10 horas direto para Salvador, celebrou a cultura local, abraçou os fãs e serviu um evento de primeira, deixou seu legado e voltou linda para seu avião. E assim, colocou Salvador no mapa do mundo, quem não conhece vai procurar saber, porque ela escolheu Salvador".
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