As mulheres têm remuneração 19,4% menor que os homens no Brasil, segundo informações do 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, divulgado nesta segunda-feira (25) pelos ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres.
O levantamento revela que as disparidades salariais variam de acordo com a posição e a raça das profissionais. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença de remuneração chega a 25,2%.
Além disso, o relatório confirma a desigualdade entre mulheres e homens em estabelecimentos do setor privado com 100 ou mais empregados; apenas 32,6% das empresas têm políticas de incentivo à contratação de mulheres
No recorte por raça/cor, as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho (2.987.559 vínculos, 16,9% do total), são as que têm renda mais desigual. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, correspondendo a 68% da média, a dos homens não-negros é de R$ 5.718,40 — 27,9% superior à média. Elas ganham 66,7% da remuneração das mulheres não negras.
O levantamento traz um balanço das informações enviadas por 49.587 empresas com 100 ou mais empregados, a maioria delas (73%) com 10 anos ou mais de existência. Juntas, elas somam mais de 17 milhões de empregados.
A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que prevê a Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada em julho de 2023.
Os dados serão coletados pelo Ministério todos os anos, nos meses de março e setembro, para atualização. Fevereiro e agosto serão os meses para que os empregadores forneçam informações complementares nos sistemas.