A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, em depoimento à Polícia Federal confirmou ter sofrido importunação sexual praticada pelo ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Sílvio Almeida. Segundo ela os casos de assédio e importunação relatados teriam começado antes mesmo da posse de Lula, em 2022, durante a transição entre os governos.
É a primeira vez que Anielle oficializa a denúncia. A ministra relatou que, em um primeiro momento, tentou resolver as questões diretamente com Almeida, deixando claro que não concordava nem aceitava a conduta do então colega de governo. Declarou ainda que a situação foi piorando e o ministro foi se tornando cada vez mais invasivo.
A apuração da PF foi aberta a pedido do governo e com autorização do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 17 de setembro. A apuração será acompanhada pela Corte, já que Almeida era ministro durante os supostos crimes.
Após as acusações, Silvio Almeida foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O comando do ministério foi repassado pelo chefe do Executivo para a ativista Macaé Evaristo. O presidente cumpriu a promessa que havia feito de escolher uma mulher negra para chefiar a pasta dedicada aos direitos humanos.
Em nota, a assessoria de Sílvio Almeida disse repudiar “com absoluta veemência” as acusações, às quais ele se referiu como “mentiras” e “ilações absurdas” com o objetivo de prejudicá-lo. No comunicado, o ministro avaliou que “toda e qualquer denúncia deve ter materialidade” e se declarou triste com toda a situação.