Em um movimento bastante aguardado no cenário político, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou seu apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Casa em 2025.
A declaração, feita nesta terça-feira (29) na Residência Oficial da Câmara, contou com a presença de líderes partidários e sinaliza uma importante escolha para o comando do legislativo.
A decisão encerra meses de especulação sobre quem seria o sucessor de Lira, que, em pronunciamento, destacou as qualidades de Motta para o cargo. "Após longas conversas e análises, estou convencido de que Hugo Motta é o candidato com a melhor capacidade política para construir pontes no Parlamento", afirmou Lira, ressaltando que o deputado tem demonstrado habilidade para unir diferentes correntes políticas com diálogo e diplomacia.
Lira enfatizou a experiência de Motta, que está em seu quarto mandato e, segundo ele, entende de perto os desafios da gestão da Casa. "Acredito que Hugo Motta saberá manter a continuidade do trabalho na Câmara dos Deputados, com o mesmo compromisso que tantos bons resultados trouxe ao Brasil: respeito ao Plenário, lealdade e busca por consenso," completou.
Outras candidaturas
Os candidatos à presidência da Câmara, Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA), intensificam as articulações nesta terça-feira (29), ao se reunirem com a bancada de deputados do PT para tentar fortalecer suas candidaturas.
As reuniões, marcadas para o final da tarde, ocorrerão na sala de liderança do partido. Brito será o primeiro a se encontrar com os petistas, às 17h, seguido por Elmar, às 18h30.
O PT, no entanto, ainda se divide quanto à escolha de um candidato. Enquanto a cúpula do partido, incluindo a presidente Gleisi Hoffmann e o líder na Câmara, Odair Cunha, tende a apoiar Motta, um grupo de deputados prefere adiar uma decisão definitiva. O partido estaria negociando com Motta e Lira para assegurar uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), em troca do apoio.
O cenário, contudo, permanece incerto. Elmar e Brito, adversários de Motta, buscam persuadir o PT a postergar sua decisão, propondo um bloco governista que exclua o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesse acordo, o PT poderia conquistar cargos estratégicos na Mesa Diretora, incluindo a primeira vice-presidência.
Ainda assim, uma ala dos petistas considera inviável isolar o PL, avaliando ser mais prudente um arranjo que contemple as principais forças políticas da Casa.