Diversos músicos baianos estão denunciando o atraso no pagamento de cachês de shows contratados pelo Governo do Estado através da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur). O cantor Gernàrd Melo diz ter uma dívida a receber de cerca de R$ 200 mil.
"Eu vivo em Salvador, cidade da música, mas a verdade é que existe uma grande falta de respeito por quem trabalha com música", lamentou.
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Outros artistas aproveitaram a postagem de Genárd e também relataram ter enfrentado a mesma situação. Entre eles, Valney José, que foi contratado para tocar no Parque de Exposições durante o São João e esperava receber R$ 8 mil, mas fez uma dívida de R$ 5 mil.
"Fiz um show em 2024 com minha banda completa no São João. Gastei com transporte, alimentação, deixei de fechar outro show no horário, fiz toda a entrega e até hoje, mais de um ano depois, ainda não recebi", afirma Valney.
O advogado Paulo Aguiar, que atua na defesa de artistas em processos judiciais, explica que a situação é recorrente e que muitos artistas têm medo de represália.
"Até quando os artistas vão trabalhar e vão receber calote da Bahiatursa, que agora é Sufotur? A grande maioria tem medo e sabe que nunca mais va ter um show pra realizar pelo governo do estado se colocar a boca no trombone", disse.
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Ele orienta que, em caso de atrasos no pagamento dos cachês, a Justiça seja acionada. "O correto é acionar a Justiça para que os artistas recebam valores devidos", indica.
A Sufotur ainda não se manifestou sobre as denúncias. O Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE) desaprovou as contas da Bahiatursa nos anos de 2019, 2022, 2023 e 2024, e determinou que ex-gestores devolvessem R$ 281 mil por irregularidades.
