Em depoimento à CPMI do INSS nesta quinta-feira (25), o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "careca do INSS", negou qualquer ligação de suas empresas com fraudes no Instituto. Ele afirmou que sempre prestou serviços a associações voltados a aposentados e que não tinha ingerência sobre descontos aplicados nos benefícios, realizados diretamente pelas entidades.
Antunes encerrou a fala se recusando a responder às perguntas do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Segundo ele, já havia um pré-julgamento. "Na sessão em que foi ouvido o senhor Rubens [Oliveira], Vossa Excelência disse que sou 'ladrão do dinheiro de aposentados', sem me permitir defesa", declarou.
O empresário foi preso pela Polícia Federal no dia 12, acusado de chefiar um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas. As investigações apontam que ele atuava como intermediário de sindicatos e associações, recebendo valores descontados indevidamente e repassando parte a servidores do INSS ou a familiares e empresas ligadas a eles.
Segundo a PF, pessoas e empresas ligadas a Antunes movimentaram R$ 53,5 milhões vindos das entidades. Ele também é acusado de liderar 22 empresas usadas para fraudar contas de beneficiários, participar de SPEs para blindar sócios, movimentar valores incompatíveis com sua renda mensal de R$ 24,4 mil, ter uma empresa que recebeu R$ 11 milhões da AMBEC e manter uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas.
Em maio, o empresário já havia sido alvo de operação que apreendeu seis carros de luxo para apurar se os veículos foram adquiridos com recursos do esquema e se houve ocultação de bens.