Dezessete mandados de prisão preventiva estão sendo cumpridos, principalmente em endereços de luxo, na manhã desta terça-feira (10), contra um grupo suspeito de fraudar licitações. Entre eles está José Marcos Moura, conhecido como "Rei do Lixo".
A ação é da Polícia Federal, Ministério Público Federal, Receita Federal e Controladoria-Geral da União. Também estão sendo cumpridos 43 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens na Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Em Salvador, os policiais estiveram no edifício Porto Trapiche, um dos mais caros da capital; e no Condomínio Mansão Saint Laurent, no Itaigara. As ações na Bahia ocorrem ainda em Lauro de Freitas, Jequié, Itapetinga, Campo Formoso, Mata de São João e Wagner.
As investigações, que contaram com cooperação policial internacional por intermédio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations - HSI), apontam que a organização criminosa teria direcionado recursos públicos de emendas parlamentares e convênios, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos, para empresas e pessoas ligadas a administrações municipais.
O esquema ilícito teria atingido diretamente o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), principalmente na Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST- BA), além de outros órgãos públicos. Ex-coordenador do órgão, Lucas Maciel Lobão Vieira também está preso.
Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024.
Foi determinado o sequestro de R$ 162.379.373,30, referentes ao valor obtido pela organização criminosa por meio dos crimes investigados, aeronaves, imóveis de alto padrão, barcos e veículos de luxo. Também foi ordenado o afastamento de oito servidores públicos de suas funções.
Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro.