O governo brasileiro iniciou uma operação para retirar seu corpo diplomático da embaixada em Damasco, na Síria, em meio ao agravamento da crise política e militar no país do Oriente Médio. A ordem de evacuação foi emitida diretamente pelo Palácio do Planalto, com o objetivo de proteger os servidores brasileiros após a queda do ditador Bashar al-Assad, que resultou em um cenário de instabilidade e violência.
A operação, realizada com apoio da ONU, prevê a retirada dos diplomatas e demais servidores em direção ao Líbano, utilizando um comboio terrestre. Apesar da evacuação, a embaixada brasileira em Damasco permanecerá tecnicamente aberta, embora o governo reconheça a impossibilidade de garantir a segurança do local diante da escalada de ataques na região.
A decisão de evacuar os diplomatas brasileiros acompanha medidas semelhantes adotadas por outros países, como Itália e Cuba, que também esvaziaram suas representações em Damasco após incidentes no último fim de semana.
Preocupação com o futuro
A avaliação do governo Lula é de que a situação no país pode piorar significativamente. Segundo fontes do Itamaraty, a queda de Assad criou um vácuo de poder, abrindo espaço para confrontos entre grupos extremistas que buscam dominar diferentes regiões da Síria.
Outro fator que intensifica a crise é a ampliação dos bombardeios de Israel em território sírio, especialmente em áreas ocupadas historicamente. Há especulações de que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pode tentar anexar oficialmente parte desses territórios, com possível apoio de Donald Trump, próximo a assumir a presidência dos Estados Unidos.
Repatriação de brasileiros
De acordo com o Portal Consular do Ministério das Relações Exteriores, cerca de 3 mil brasileiros residem atualmente na Síria. Contudo, diplomatas ouvidos pela GloboNews afirmam que ainda não há demanda significativa para a repatriação desses cidadãos.
Embora o governo esteja monitorando a situação de perto, uma operação de resgate semelhante à realizada em conflitos anteriores, como no Líbano, só será considerada se houver necessidade. “Por enquanto, a prioridade é garantir a segurança do corpo diplomático e acompanhar os desdobramentos da crise”, afirmou uma fonte ligada ao Itamaraty.
Com a retirada em andamento, o Brasil reforça seu alinhamento com as medidas internacionais diante de um dos momentos mais críticos da história recente da Síria.