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Empresária diz em delação que pessoas ligadas a Rui e Aline receberam R$ 11 milhões pela compra de respiradores; envolvidos rebatem

Data:
Da redação

O negócio começou a dar errado após a Hemcare tentar comprar os respiradores importados da China

Empresária diz em delação que pessoas ligadas a Rui e Aline receberam R$ 11 milhões pela compra de respiradores; envolvidos rebatem
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A história da compra de respiradores pelo valor de R$ 48 milhões que nunca foram entregues ao Consórcio Nordeste, presidido pelo então governador da Bahia e hoje ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ganhou mais um capítulo. Delação premiada da empresária Cristiana Prestes Taddeo, da Hempcare, aponta que empresários intermediaram a negociação, sendo que um deles seria amigo da então primeira-dama, Aline Peixoto.

A novidade foi apresentada em reportagem do Portal Uol, nesta quarta-feira (3). De acordo com a publicação, Taddeo afirmou à Justiça que recebeu R$ 48 milhões e repassou R$ 11 milhões aos empresários que intermediaram a venda. O primeiro deles seria Cleber Isaac. Segundo Cristina Prestes, ele foi apresentado como amigo de Rui Costa e Aline. Outro nome que aparece é o de Fernando Galante, sócio de um fundo de investimentos na saúde.

Prestes Taddeo era da empresa Hempcare, que distribuía medicamentos à base de maconha e não tinha certificações para venda de respiradores durante a pandemia de Covid-19. Após não entregar os equipamentos ao Consórcio Nordeste, foi alvo de uma operação da Polícia Civil da Bahia. A Polícia Federal assumiu as apurações e, em 2022, Cristiana fechou um acordo de delação premiada com a vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo.

Em um dos seus depoimentos, pontua a reportagem do Uol, a empresária argumentou que Rui Costa autorizou a negociação, que ocorreu de "forma muito rápida". "Entendi que estava sendo beneficiada porque havia combinado de pagar comissões expressivas aos intermediadores". Ela disse não saber se Rui e Aline receberam algum dinheiro. A PF e Ministério Público Federal, escreve a reportagem, apuram se "comissões" seriam propinas a agentes públicos.

Foi o ex-secretário do Governo Rui Costa, Bruno Dauster, quem ficou à frente das tratativas com a Hempcare. Em depoimento à Polícia Federal, comentou que houve flexibilização das exigências em contrato por conta da pandemia de Covid-19.

O negócio começou a dar errado após a Hemcare tentar comprar os respiradores importados da China. Cristiana teria sido informada de que os equipamentos já tinham sido esgotados. Quando o Governo da Bahia tentou os R$ 48 milhões de volta, ela já não mais os tinha. O Uol garante que a PF detectou conversas telefônicas entre Aline Peixoto e Cléber Isaac, por meio de celulares apreendidos durante as investigações.

OS INVESTIGADOS

Ao Uol, a assessoria do ministro Rui Costa negou, por nota, as irregularidades."O ex-governador nunca tratou com nenhum preposto ou intermediário sobre a questão das compras deste e de qualquer outro equipamento de saúde. Durante a pandemia, as compras realizadas por estados e municípios no Brasil e no mundo inteiro foram feitas com pagamento antecipado. Esta era a condição vigente naquele momento".

"O ex-governador Rui Costa deseja que a investigação prossiga e que os responsáveis pelo desvio do dinheiro público sejam devidamente punidos e haja determinação judicial para ressarcimento do erário público", completou.

Já os advogados de Cléber Isaac também negaram as acusações. "A defesa do sr. Cléber Isaac nega peremptoriamente as acusações e afirma que se resguarda o direito de se manifestar exclusivamente perante as autoridades competentes, ressaltando que a apuração tramita em sigilo", disse.

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