O governo dos Estados Unidos, sob comando do ex-presidente Donald Trump, retomou o agendamento de vistos para estudantes estrangeiros, mas com exigências reforçadas de vigilância sobre a presença online dos candidatos. A informação consta em um telegrama interno do Departamento de Estado, revelado nesta quarta-feira (18).
Segundo o documento, oficiais consulares norte-americanos estão autorizados a solicitar que os estudantes revelem todas as suas contas em redes sociais. A diretriz ainda afirma que a recusa em fornecer essas informações pode ser interpretada como tentativa de esconder “atividades inadequadas”.
O telegrama determina que todos os candidatos a visto de estudante ou intercâmbio passem por uma triagem rigorosa, que inclui buscas na internet e redes sociais para identificar manifestações consideradas “hostis” à cultura, instituições ou governo dos EUA. Isso inclui posições políticas, ativismo e críticas à atuação internacional do país, em especial no contexto da guerra em Gaza.
O documento cita, por exemplo, apoios ao Hamas ou críticas a Israel como potenciais razões para negar o visto. A nova orientação surge após o caso de uma estudante turca da Universidade Tufts, detida por seis semanas nos EUA após coassinar um artigo crítico ao governo israelense.
O telegrama foi assinado por Marco Rubio, então secretário de Estado, e reforça que a medida também busca limitar o acesso de estudantes estrangeiros a instituições como Harvard, onde os alunos internacionais representam mais de 27% da comunidade acadêmica.
A nova política exige ainda que postos consulares priorizem candidatos de universidades com menos de 15% de estudantes estrangeiros, além de profissionais da área médica com compromissos nos EUA.
Embora os agendamentos estejam novamente autorizados, o governo Trump orientou que o número de entrevistas seja reduzido, para que seja possível realizar uma “verificação completa e minuciosa” dos candidatos. Os consulados terão cinco dias úteis para se adequar às novas regras.