O deputado Glauber Braga (PSOL RJ) foi retirado à força da mesa diretora da Câmara por policiais legislativos na tarde desta terça (9). O parlamentar ocupou a cadeira da Presidência em protesto contra o processo que pode levar à cassação de seu mandato, que tramita na Casa.
Glauber não integra a mesa diretora e se recusou a deixar o posto. Após a ocupação, os policiais começaram a esvaziar o plenário, e a TV Câmara cortou a transmissão no mesmo momento em que a imprensa foi retirada do local. A assessoria do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos PB), afirmou apenas que a medida seguiu um protocolo, sem detalhar qual.
O deputado criticou a ação e mencionou agressões contra jornalistas. “Até hoje não tinha ouvido falar de cortarem o sinal da TV Câmara para impedir que as pessoas acompanhassem o que estava acontecendo no plenário”, disse. Glauber afirmou ainda que pediu tratamento semelhante ao dado a parlamentares que ocuparam a mesa por 48 horas em outro episódio.
Motta informou que o plenário deve decidir sobre a cassação de Glauber nesta semana. O Conselho de Ética já aprovou um parecer pela perda de mandato, e a CCJ rejeitou o recurso apresentado pelo deputado.
Segundo o também deputado Chico Alencar (PSOL RJ), a decisão de pautar o caso para esta quarta foi tomada por Motta de forma “surpreendente”.
A denúncia contra Glauber foi apresentada pelo Partido Novo, que o acusa de agressão ao militante do MBL Gabriel Costenaro. Vídeos mostram discussão seguida de empurrões e chutes nas dependências da Câmara. O deputado afirma que reagiu a provocações sistemáticas e que o militante teria ofendido a memória de sua mãe.