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Investigação da PF liga Bolsonaro a trama golpista, diz Andrei Rodrigues

Data:
Antonio Dilson Neto

Andrei Rodrigues afirmou que ainda há diligências em curso

Investigação da PF liga Bolsonaro a trama golpista, diz Andrei Rodrigues
Reprodução/Amanda Perobelli

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, declarou nesta quarta-feira (4) que as investigações conduzidas pela corporação indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento de uma trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Todos os elementos de prova indicam que sim, o ex-presidente sabia da trama golpista. Depoimentos, trocas de mensagens, registros de impressoras, acessos ao Planalto – tudo está documentado com base em evidências sólidas", afirmou Rodrigues, durante conversa com jornalistas no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília.

Militares e lacunas na investigação

Apesar de avanços no inquérito, que resultou em um relatório de 884 páginas entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), ainda há questões em aberto. Entre elas, a identidade de cinco militares supostamente envolvidos em um plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Rodrigues destacou, no entanto, que o foco da investigação foi nas ações concretas relacionadas ao golpe de Estado, e não em possíveis tentativas de homicídio. "Ninguém foi indiciado por tentativa de homicídio", pontuou.

Diligências em andamento

Mesmo com a conclusão do relatório, novas diligências estão sendo realizadas. Recentemente, foram apreendidas mídias adicionais na operação "Contragolpe", e o ministro Alexandre de Moraes determinou novos depoimentos.

Um dos principais pontos de atenção é o acordo de delação premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Nesta quinta-feira (17), a PF realizará uma nova oitiva com Cid, após o surgimento de possíveis contradições em seus depoimentos.

"Não solicitamos a rescisão do acordo, mas apontamos omissões e inconsistências que precisam ser esclarecidas", explicou Rodrigues.

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