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Lula critica Trump e Bolsonaro em discurso na ONU

Data:
Maria Eduarda Moura*

Como ocorre desde 1955, o Brasil foi o primeiro país a falar na Assembleia, seguido pelos EUA

Lula critica Trump e Bolsonaro em discurso na ONU
Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta terça-feira (23) na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Em fala de cerca de 15 minutos, destacou a defesa do multilateralismo, da soberania nacional, da cooperação internacional e de uma agenda voltada para direitos sociais e sustentabilidade.

Lula saiu em defesa do Judiciário após os Estados Unidos anunciarem sanções contra exportações e autoridades brasileiras, incluindo familiares de ministros do STF. Ele classificou a medida como “inaceitável” e acusou setores da extrema-direita de apoiar ingerências externas.

A fala ocorreu em meio à tensão com Washington. Na semana passada, a Casa Branca suspendeu vistos da família do ministro Alexandre de Moraes e impôs restrições ao advogado-geral da União, Jorge Messias, e a outras autoridades.

Lula também exaltou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que recebeu pena de 27 anos por envolvimento na tentativa de golpe após as eleições de 2022. Segundo ele, o julgamento demonstrou que “democracia e soberania são inegociáveis” no Brasil.

O presidente defendeu ainda o diálogo com a Venezuela, criticando o uso de força em operações recentes dos EUA no Caribe. Para ele, a América Latina deve ser mantida como “zona de paz”, livre de armas de destruição em massa, e o combate ao tráfico deve focar em cooperação contra lavagem de dinheiro e comércio ilegal de armas.

Sobre a guerra em Gaza, Lula condenou tanto os atentados do Hamas quanto os ataques de Israel. “Nada justifica o genocídio em curso em Gaza”, afirmou, denunciando a fome usada como arma e o deslocamento forçado da população palestina. Ele reforçou a defesa da solução de dois Estados e alertou para o risco de desaparecimento do povo palestino.

Como ocorre desde 1955, o Brasil foi o primeiro país a falar na Assembleia, seguido pelos EUA. Lula esteve acompanhado de ministros como Mauro Vieira (Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente) e Ricardo Lewandowski (Justiça).

A reunião de 2025 marca os 80 anos da ONU e discute temas centrais da agenda internacional, como os conflitos em Gaza e na Ucrânia, além da defesa da democracia e do meio ambiente.

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