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Embaixador brasileiro cobra fim de ação militar dos EUA na região venezuelana

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Da redação

Declaração foi feita no Conselho de Segurança da ONU

Embaixador brasileiro cobra fim de ação militar dos EUA na região venezuelana
Reprodução/BBC

O embaixador do Brasil na ONU, Sérgio Danese, afirmou nesta terça-feira (23) que a ação militar dos Estados Unidos nas proximidades da Venezuela e o bloqueio naval recentemente anunciado violam a Carta das Nações Unidas. A declaração foi feita durante reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Segundo Danese, a presença militar norte-americana na região contraria o direito internacional e ameaça a estabilidade da América Latina e do Caribe. “Somos e queremos seguir sendo uma região de paz, respeitando o direito internacional e com boas relações entre vizinhos. A força militar reunida e mantida pelos Estados Unidos nas proximidades da Venezuela e o bloqueio naval recentemente anunciado constituem violação da Carta das Nações Unidas e devem ser cessados de imediato e incondicionalmente”, afirmou.

O diplomata destacou que o Brasil defende o uso de instrumentos políticos e jurídicos para a resolução do conflito e convidou Estados Unidos e Venezuela a um “diálogo genuíno, de boa-fé e sem coerção”. Ele acrescentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo brasileiro estão dispostos a colaborar, desde que haja consentimento mútuo entre as partes.

Danese ressaltou ainda que a tensão não diz respeito apenas à região. “Trata-se de um tema de interesse de toda a comunidade internacional, já que um eventual conflito poderia ter repercussões em escala global”, afirmou. Para ele, cabe ao Conselho de Segurança e aos Estados-membros garantir que as divergências sejam resolvidas de forma pacífica.

As declarações ocorrem em meio ao aumento das tensões após a Guarda Costeira dos Estados Unidos realizar, no domingo (21), uma “perseguição ativa” a um navio petroleiro em águas internacionais próximas à Venezuela. Segundo autoridades americanas, a embarcação faria parte de uma chamada “frota fantasma” usada para burlar sanções impostas ao governo venezuelano.

Washington afirma que esses navios operam com bandeiras falsas, desligam sistemas de rastreamento e realizam transferências de carga em alto-mar para escoar petróleo venezuelano no mercado internacional. Em dezembro, ao menos dois petroleiros foram apreendidos pelos EUA.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classificou as ações como uma “campanha de agressão, terrorismo psicológico e corsários que assaltaram petroleiros” e afirmou que o país está preparado para reagir. Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou um “bloqueio total” a navios-petroleiros sancionados que entrem ou saiam da Venezuela.

Com as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, a Venezuela depende fortemente das exportações do produto para financiar os gastos do governo. Dados do TankerTrackers.com indicam que mais de 30 dos cerca de 80 navios em águas venezuelanas ou a caminho do país estavam sob sanções dos EUA até a semana passada.

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