O presidente Lula (PT), em seu terceiro mandato, mantém uma aprovação estável de 38%, porém, sua reprovação aumentou, atingindo 31%, de acordo com a pesquisa mais recente do Datafolha após oito meses de sua gestão. A pesquisa ouviu 2.016 pessoas em 139 cidades, com uma margem de erro de dois pontos percentuais.
Notavelmente, a reprovação de Lula, que anteriormente estava em 27%, é o único índice que oscilou acima da margem de erro em relação à pesquisa anterior, indicando um aumento, embora não seja uma disparada.
Apesar das instabilidades políticas, como a ampliação do espaço do centrão, Lula manteve uma certa estabilidade em seu governo, cedendo ministérios para o grupo conservador, mesmo sem garantias de apoio congressual. O descarte de ministros, como Ana Moser, que incomodou sua base política, não parece refletir no conjunto da população.
A polarização com seu antecessor, Bolsonaro, pode estar mantendo a chama da polarização acesa e evitando grandes mudanças no eleitorado.
Outro fator constante é a percepção da economia, com a inflação e o desemprego sob controle, que impactam mais a aprovação do governo do que o crescimento do PIB.
A avaliação de Lula varia de acordo com região, escolaridade, classe social e religião, com maior aprovação entre nordestinos, menos instruídos e mais pobres. Por outro lado, ele é mais rejeitado no Sul, entre os mais escolarizados, na classe média mais abastada e entre os evangélicos.
Chama atenção o segmento dos jovens de 16 a 24 anos, que têm uma visão mais equilibrada de Lula, com 43% considerando-o regular, 23% de rejeição e 31% de aprovação.
No entanto, há um desgaste perceptível desde sua volta ao poder após vencer as eleições de 2022 por uma margem estreita contra Bolsonaro. Lula possui a maior reprovação entre governantes eleitos para um primeiro mandato nesta fase do governo, exceto por Bolsonaro, marcando uma mudança em relação aos antecessores.
A expectativa sobre o futuro do governo Lula também é menos otimista, com 28% acreditando que ele será ruim ou péssimo, igualando os níveis de Bolsonaro na mesma fase de seu mandato.