Em discurso no Plenário nesta terça-feira (8), o senador Sergio Moro (União-PR) destacou a condenação do ex-trader de petróleo e gás Glenn Oztemel, nos Estados Unidos. Oztemel foi sentenciado a oito anos de prisão por pagar propina a executivos da Petrobras entre 2010 e 2018, em benefício das empresas Arcadia Fuels e Freepoint Commodities.
Moro lamentou que o julgamento, que envolve corrupção na estatal brasileira, tenha ocorrido no exterior, e criticou a falta de justiça no Brasil, especialmente no que se refere a crimes de corrupção.
“Temos que indagar se esse indivíduo, esses funcionários da Petrobras que receberam propina e levaram à condenação do corruptor lá nos Estados Unidos por um júri federal, se eles estão igualmente sendo processados e se foram condenados aqui no Brasil, ou se foram condenados e os processos foram anulados, ou, pior, pode ter acontecido de eles terem feito acordo e, de repente, anulado, uma virada de mesa. Enfim, o que vemos hoje é um quadro de absoluto deserto de prevenção e combate à corrupção no Brasil do governo Lula ”, disse.
Moro criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e apontou falta de seriedade no combate à corrupção e conivência com atos ilícitos. Segundo o senador, as ações do governo indicam um enfraquecimento das leis de governança, como a suspensão da Lei das Estatais, promovida por partidos aliados ao PT, e pela revogação de processos de corrupção em diversas instâncias.
“Sei que há magistrados muito probos no Brasil, muitos corretos, muitos sérios, às vezes até, infelizmente, perseguidos por conta disso, mas tem uma coisa que, para mim, é clara: a responsabilidade, por esses tempos obscuros e sombrios, está no Palácio do Planalto ”, acusou.