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Nova tarifa dos EUA ameaça R$ 1,3 bilhão da economia baiana, diz Fieb

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Da redação

Estimativa é de uma perda de até R$ 1,3 bilhão na economia baiana, o equivalente a 0,27% do PIB estadual

Nova tarifa dos EUA ameaça R$ 1,3 bilhão da economia baiana, diz Fieb
Matheus Landim/GOVBA

O governador Jerônimo Rodrigues se reuniu nesta segunda-feira (4), em Salvador, com o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, e representantes dos setores produtivos, para discutir estratégias diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, medida que atinge fortemente as exportações baianas.

O encontro ocorreu na sede da FIEB e contou com a participação remota do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Na pauta, a defesa da inclusão de produtos baianos na lista de exceções à nova política tarifária americana e o pedido ao governo federal por medidas emergenciais, como crédito diferenciado e devolução de créditos de ICMS para os setores mais impactados.

As exportações da Bahia para os EUA representam atualmente 8,3% do total do estado, com destaque para itens como celulose, derivados de cacau e pneus. Apenas no primeiro semestre de 2025, o estado exportou mais de US$ 45 milhões em manteiga, gordura e óleo de cacau para o mercado americano.

Durante a reunião, o governador entregou um documento com propostas a Alckmin. “Vamos trabalhar para que os produtos que mais impactam a economia da Bahia sejam retirados da lista”, afirmou Jerônimo. O vice-presidente, por sua vez, destacou a importância da união entre governo e setor privado para reverter a medida e disse que o presidente Lula deverá anunciar, nos próximos dias, ações de apoio à produção e ao emprego.

A nova tarifa foi oficializada na semana passada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e entra em vigor nesta quarta-feira (6), excluindo cerca de 700 produtos brasileiros, mas mantendo sobretaxas sobre itens cruciais da indústria baiana.

Segundo a FIEB, 332 dos 389 produtos atingidos pela medida têm origem na Bahia, o que representa um impacto de 81% na pauta industrial do estado. A estimativa é de uma perda de até R$ 1,3 bilhão na economia baiana, o equivalente a 0,27% do PIB estadual, além do risco de aumento da ociosidade industrial e ameaça indireta a milhares de empregos.

Os principais polos industriais afetados estão localizados em cidades como Camaçari, Candeias, Campo Formoso, Feira de Santana, Ilhéus, Jequié, Itapetinga, Vitória da Conquista, Eunápolis, Nova Soure, Brumado e Maracás, onde o setor emprega cerca de 211 mil trabalhadores.

Esta foi a segunda reunião entre o Governo da Bahia e a FIEB desde a formação de um grupo de trabalho conjunto no mês passado para enfrentar os efeitos da nova tarifa.

Carlos Henrique Passos, presidente da FIEB, reforçou a importância do diálogo com o governo federal. “Vamos buscar a redução da tarifa por meio de negociação diplomática e ampliar a exclusão de produtos dessa medida. Precisamos construir uma agenda continuada para preservar o desenvolvimento da economia baiana”, afirmou.

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