O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), pediu desculpas nesta segunda-feira (5), três dias após dizer que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ser levado à “vala” junto com seus eleitores. O chefe do Executivo ainda disse que o trecho do discurso foi “descontextualizado”.
"Eu não falaria algo, jamais, desse tipo. Nós, inclusive, criticamos de forma muito veemente a forma quando alguém deseja a morte do outro, como foi o caso do desejo da morte do presidente Lula. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa religiosa e de família. Não vou, nunca, tratar qualquer opositor com um tratamento deste", começou o petista.
A fala de Jerônimo contra o ex-presidente foi dada na sexta-feira, durante inauguração de uma escola em América Dourada. "Ele vai pagar essa conta dele, e quem votou nele podia pagar também, a conta. Fazia um pacote: bota uma enchedeira , sabe aquela retroescavadeira? Leva tudo para a vala", atacou.
Rodrigues fez ainda uma comparação de Bolsonaro com Lula. "Foi descontextualizada [a fala em América Dourada]. Apresentei, anteriormente, minha indignação de como o país estava sendo tratado e dei exemplo da pandemia, quando 700 mil pessoas morreram por atitudes de um Governo Federal. Registrei, ainda, a necessidade de a gente apreciar o que o Lula vem fazendo, sendo presente. Por exemplo: eu estava em Brejões, no sábado. Estava almoçando com prefeitos quando a assessoria me ligou. Era o Lula, procurando saber como estavam as chuvas em Santo Amaro", exemplificou Jerônimo.
Em seguida, o chefe do Palácio de Ondina se desculpou. "Rui Costa ficou quatro anos [como governador]. O ex-presidente sequer atendia. Se o termo vala e trator foi pejorativo ou forte, peço desculpa. O termo não foi a intenção. Não tenho problema algum de poder registrar quando excessos na palavra ... Indignação é indignação. Temos um Brasil em disputa, de um presidente que cuida, que garante salários, contra um desgoverno que não cuida", disse.
"Tínhamos governo que não abria as portas. Repito: se o termo vala foi pejorativo, o governador tem humildade para dizer desculpe pelo termo. Não houve intenção de desejar morte ou de querer matar ninguém. Isso está longe de mim e do meu grupo. Se alguém se utilizou disso para querer colocar em minha boca palavra de ira não vai conseguir. Tenho clareza de minha responsabilidade. Palavra de governador pesa", finalizou.