Neste domingo (10), os cidadãos portugueses vão às urnas para eleger o novo Parlamento, em meio a uma campanha eleitoral marcada pelo papel inédito do tema da imigração no país.
As mesas de voto abriram às 8h do horário local (5h no horário de Brasília) e fecham às 19h em Portugal continental e uma hora mais tarde no arquipélago dos Açores. Os resultados são esperados por volta da meia-noite.
A eleição antecipada, quatro meses após a demissão repentina do primeiro-ministro socialista António Costa em meio a uma investigação de corrupção, novamente provoca o embate os dois partidos centristas – o Partido Socialista (PS) e o Partido Social-Democrata (PSD) – que se alternaram no poder desde o fim de uma ditadura fascista há cinco décadas.
Embora as posturas mais firmes sobre o assunto tenham sido adotadas por membros do partido de extrema-direita Chega, que propõe a implementação de cotas para a entrada de imigrantes, o debate sobre mudanças nas políticas migratórias não ficou restrito à legenda.
Em um comício eleitoral da Aliança Democrática (AD), uma coligação dos partidos de centro-direita tradicionais, o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (2011-2015), do PSD, associou o aumento da imigração à questão da segurança em Portugal.
As pesquisas indicam que a disputa pela maioria dos assentos no Parlamento se dá principalmente entre a Aliança Democrática (AD) - uma coligação composta pelo PSD, o Partido Popular (CDS) e o Partido Popular Monárquico (PPM) - e o Partido Socialista (PS).
O número de estrangeiros legalmente residentes em Portugal, que possui uma população de 10,3 milhões de habitantes, ultrapassou a marca de 1 milhão em 2023, sendo os brasileiros responsáveis por cerca de 40% desse total.