O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes converteu a prisão em flagrante do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, para preventiva. A medida cautelar não tem prazo pré-definido.
A mudança foi estabelecida por Moraes após uma audiência de custódia que ocorreu nesta sexta-feira (9), na sede da Polícia Federal, em Brasília.
Costa Neto foi preso na última quinta-feira (8), durante uma operação de busca e apreensão da PF. O presidente do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro não era alvo de um mandado de prisão inicialmente, mas foi preso depois que agentes da PF encontraram uma arma com registro vencido em seu apartamento, além de uma pepita de ouro sem documentação.
A defesa de Costa Neto alegou que, pela pedra ter baixo valor, a posse da pepita "não configura delito segundo a própria jurisprudência". Já sobre a arma, a defesa disse que o dispositivo tem registro e uso permitido. Além disso, afirmou que a arma pertence a um parente de Costa Neto e foi "esquecida" há anos no apartamento dele.
O ex-presidente da República é investigado na Operação Tempus Veritatis, que apura uma possível organização criminosa para abolir o estado de direito no país. Um dos documentos apreendidos pela PF na operação foi uma minuta de golpe, um texto que se assemelha a um discurso e anuncia a decretação de um estado de sítio no país. O documento foi impresso a pedido de Jair Bolsonaro, que, em sua defesa, disse que o ex-presidente "não tem o costume de fazer a leitura de textos no próprio telefone". “Certamente em razão das dimensões limitadas da tela e a necessidade hodierna [atual] de uso de lentes corretivas, razão porque pediu à sua assessoria a impressão do documento em papel”.