Ministro da Casa Civil do governo Lula (PT), Rui Costa se recusou a responder uma pergunta sobre a escalada de violência na Bahia. Ele foi questionado sobre o tema na última segunda-feira (18), em Brasília, em coletiva de imprensa.
No vídeo, que viralizou nas redes sociais, e chegou a ser compartilhado pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), Rui vira as costas quando um jornalista tenta indagá-lo sobre os índices de violência no estado.
Em resposta, o ex-governador diz: “hoje é PAC” – justificando que entrevista coletiva era voltada para o Novo PAC. O repórter, então, retrucou: “mas o senhor foi governador, ministro”. Rui, então, rebateu: “fui”.
Rui Costa governou a Bahia entre 2015 e 2022, antes de ser oficializado, no início deste ano, como ministro da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), Rui deixou como herança na segurança pública índices que colocam a Bahia nos primeiros lugares dentre nos rankings de violência.
Segundo cruzamento de dados feitos a partir de informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Mapping Police Violence (Mapeamento da Violência Policial), os policiais baianos mataram, em 2022, mais pessoas que todas as forças de segurança dos Estados Unidos – o recorte, portanto, se refere ao último ano do governo de Rui.
Em agosto, em entrevista à GloboNews, o ex-governador minimizou os índices de letalidade policial no estado e disse que não reconhecia parâmetros estabelecidos por ONGs, afirmando que era necessário padronização por parte do governo federal para os dados.
Apesar da fala do ministro, já existem parâmetros nacionais que colocam a Bahia como estado mais violento do país. Conforme o Painel de Monitoramento do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, que detalham as mortes por local de ocorrências, idade, sexo e raça, a Bahia foi o estado do Brasil que mais registrou assassinatos nos últimos oito anos.
Com pelo menos 49,5 mil homicídios entre 2015 e 2022, os números são 40% maiores que os do segundo colocado, o Rio de Janeiro,
Também no mês passado, o ex-governador atribuiu a crise de segurança no estado às medidas de facilitação ao acesso de armas, liberadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Uma medida fundamental é conter a entrada de armamento pesado no Brasil. Há dez anos era muito raro achar fuzil na Bahia. Às vezes achávamos um ou dois no ano. Hoje, é toda semana”, declarou em entrevista à GloboNews.
