A segurança no Parque da Cidade, em Belém (PA), que sedia a COP30, foi intensificada nesta sexta-feira (14) após a ONU enviar uma carta ao presidente da conferência, ao governo federal e ao governo do Pará apontando falhas estruturais e cobrando um plano mais robusto de proteção.
O entorno do evento amanheceu com policiamento reforçado e novos bloqueios. Gradis foram instalados na Avenida Duque de Caxias para restringir a movimentação de grupos, enquanto o acesso ao hangar pela Avenida Brigadeiro Protásio foi reorganizado, com barreiras ampliadas. Militares do Exército e uma viatura da Polícia Militar permaneceram em prontidão.
Dentro do perímetro, soldados do Exército passaram a atuar diretamente nos acessos ao pavilhão, algo que não ocorria nos dias anteriores. Também houve aumento da presença de seguranças privados e agentes do GSI da Presidência.
A carta assinada por Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC, apontou “falha das autoridades de segurança” em pontos de entrada e saída da chamada Zona Azul, além de “fragilidade do perímetro físico”, citando portas e portões que não podiam ser trancados e o número insuficiente de agentes prometidos pelo Brasil para apoiar o UNDSS.
Mesmo com o reforço, um grupo de indígenas realizou um protesto pacífico na manhã desta sexta-feira (14) do lado de fora da área de negociações climáticas. Com faixas defendendo a preservação da floresta e a demarcação de terras, eles buscavam dialogar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em Brasília.
A líder Alessandra Munduruku criticou a falta de escuta nas negociações. Segundo ela, decisões continuam sendo tomadas “a portas fechadas”, sem considerar impactos sobre territórios sagrados.
Com a chegada do grupo ao portão do hangar, o novo protocolo de segurança foi acionado. Tropas do Exército, da Força Nacional e da Polícia Federal ficaram de prontidão no interior da área, enquanto o Choque da PM atuou do lado de fora. O pavilhão com estandes de países chegou a ser esvaziado, e bombeiros civis permaneceram em alerta. A operação durou pouco mais de uma hora e o acesso foi normalizado às 6h45.
