Esta terça-feira (26) é o Dia Nacional do Surdo e um dado vem preocupando profissionais da área. Especialistas estimam que, segundo dados do IBGE, mais de 10 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência auditiva, mais de 5% da população.
De acordo com o otorrinolaringologista Edson Bastos, o problema pode atingir homens e mulheres, sendo maioria o público masculino com mais de 60 anos, mas esta condição vem aumentando na população mais jovem devido ao uso excessivo de celulares e fones de ouvido.
"Na maior parte das vezes, em 90% dos casos, a deficiência auditiva é adquirida ao longo da vida, sobretudo por conta da idade e pelos maus hábitos relacionados à audição, enquanto 10% já nascem com essa condição", afirma.
De acordo com o médico, muitas pessoas acreditam que a idade avançada e as questões genéticas são os únicos fatores capazes de provocar a falência da audição. Porém, isso não corresponde totalmente ao que é visto nos consultórios. Existem várias outras ações prejudiciais que também causam complicações na saúde auditiva, como, por exemplo, ficar tempo demais ao telefone, utilizar fones com volume elevado, não usar protetores auriculares quando necessário ao se expor a ruídos de alta intensidade mais de 08 horas por dia, ignorar sinais de perda de audição, tomar medicamentos sem orientação médica e não fazer um check-up auditivo com frequência.
FIQUE ATENTO AOS SINAIS
Ao mesmo tempo em que cita esses números, o otorrinolaringologista reforça que existem alguns pontos de atenção para os sintomas de perda auditiva e que representam sinais de alerta para o indivíduo já procurar um especialista.
Entre eles, dificuldade para ouvir sons do cotidiano ou ouvir sem observar o rosto de quem está falando, problemas no uso do telefone, falar alto demais, assistir televisão e ouvir música em volume elevado e zumbidos constantes.
"Quanto mais o nervo auditivo fica sem estímulo, maiores são as chances dele se atrofiar. Por isso, não dar a devida atenção à perda auditiva ao longo dos anos pode trazer prejuízos irreparáveis, pois trará impactos que podem ir muito além da audição, estando relacionada, por exemplo, com a piora da demência ou o agravamento do Alzheimer".
De acordo com ele, se já sabemos o que prejudica a nossa saúde auditiva, é possível prevenir e evitar a surdez de forma simples no dia a dia, evitando praticar os maus hábitos e procurando sempre um profissional para olhar de perto qualquer alteração.
TRATAMENTOS
Atualmente existem várias formas de reabilitação auditiva, seja por tratamento cirúrgico ou pela utilização de aparelhos auditivos modernos de alta tecnologia que permitem maior naturalidade da amplificação sonora. A boa notícia também para quem já apresenta algum tipo de deficiência ou a surdez completa diagnosticada é o avanço tecnológico da Medicina.
Segundo o especialista Edson Bastos o paciente pode ter resultados satisfatórios, se submetido aos novos tratamentos que são atualmente oferecidos, como o implante coclear, conhecido como "ouvido biônico", e que consiste em inserir na orelha interna, através de cirurgia, um eletrodo que realiza as funções das células lesionadas ou ausentes da cóclea, onde se encontram os terminais nervosos responsáveis pela audição.
Diferentemente do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (os tradicionais aparelhos auditivos), o implante coclear fornece os impulsos elétricos que estimulam as fibras neurais das diferentes regiões do ouvido. O procedimento é coberto por plano de saúde e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo recomendado para pessoas com quadros de surdez total ou parcial.