A agência reguladora dos Estados Unidos, FDA (Food and Drug Administration), autorizou nesta sexta-feira (17) o primeiro teste de sangue para auxiliar no diagnóstico da doença de Alzheimer. Chamado Lumipulse G pTau217/ß-Amyloid 1-42 Plasma Ratio, o exame é indicado para pessoas com 55 anos ou mais que apresentem sinais e sintomas compatíveis com a condição.
Desenvolvido pela Fujirebio Diagnostics Inc., o teste mede no plasma sanguíneo duas proteínas ligadas ao Alzheimer — pTau217 e beta-amiloide 1-42 — cuja proporção pode indicar a presença das chamadas placas amiloides no cérebro, uma das características da doença. O teste não mede diretamente essas placas, mas funciona como um marcador para sua possível presença, contribuindo para a detecção precoce.
Apesar da novidade, o FDA reforça que o teste não substitui outros exames e deve ser interpretado em conjunto com dados clínicos e exames complementares, como ressonância magnética, avaliações cognitivas e exames de líquido cefalorraquidiano.
“Sabemos que 10% das pessoas com 65 anos ou mais têm Alzheimer, e esse número deve dobrar até 2050. Produtos médicos como esse representam uma esperança para diagnóstico mais acessível e precoce”, afirmou Martin Makary, comissário do FDA.
O Lumipulse também pode ampliar o acesso ao diagnóstico, reduzindo a dependência de exames caros como a tomografia por emissão de pósitrons (PET), cujo custo pode ultrapassar milhares de dólares sem cobertura de seguro.
A decisão da agência se baseou em ensaios clínicos com 499 adultos com algum grau de comprometimento cognitivo. Os resultados do exame de sangue foram comparados a exames PET e análises de líquido cefalorraquidiano. Segundo o FDA, o teste atingiu uma taxa de acerto de 91,7% para casos positivos e 97,3% para casos negativos.
Ainda assim, o FDA alertou para os riscos de falsos positivos ou negativos, reforçando que o uso do teste deve ser acompanhado por orientação médica.