Um medicamento desenvolvido no Brasil apresentou resultados promissores em pacientes paraplégicos e tetraplégicos. A polilaminina, criada pelo laboratório Cristália em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), representa uma esperança para quem sofreu lesões recentes na medula espinhal.
Esses traumatismos interrompem a comunicação entre cérebro e corpo, levando à perda de movimentos. Acidentes de trânsito, quedas, mergulhos e até armas de fogo estão entre as principais causas.
Nos testes experimentais, cerca de 10 pacientes recuperaram movimentos após o uso da substância, incluindo vítimas de acidentes e de violência. O próximo passo será a fase 1 dos estudos clínicos, que depende de autorização da Anvisa e envolverá cinco novos voluntários.
A polilaminina é uma proteína capaz de regenerar células da medula. Naturalmente presente no desenvolvimento do sistema nervoso, pode ser obtida a partir da placenta humana. Segundo os pesquisadores, trata-se de uma alternativa mais segura e acessível do que terapias com células-tronco.
O efeito é mais significativo quando aplicada em até 24 horas após o trauma, mas também pode beneficiar casos mais antigos. O tratamento prevê dose única, seguida de fisioterapia.
A próxima etapa dos estudos será conduzida em parceria com o Hospital das Clínicas da USP, responsável pelas cirurgias, e com a AACD, que cuidará da reabilitação.