A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a ampliação da vacina da fabricante dinamarquesa Bavarian Nordic contra a mpox, chamada de Jynneos ou Imvanex, para adolescentes de 12 a 17 anos.
Em setembro, a dose foi a primeira a receber o aval do órgão para maiores de 18 anos
A decisão de atualizar a faixa etária foi tomada em outubro, logo após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, da sigla em inglês) também estender a aprovação para os mais novos. A autarquia considerou a ausência de riscos adicionais de seguranças e evidências que mostraram que a resposta imune nos adolescentes foi semelhante à dos adultos.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou de forma excepcional o uso da Jynneos, por enquanto apenas para maiores de 18 anos.
De acordo com a OMS, a eficácia da vacina observada pelos dados disponíveis até agora foi de 82% no esquema de duas doses com um intervalo de quatro semanas entre elas. Porém, uma dose única também apresentou uma alta proteção, de 76%, motivo pelo qual a organização também recomendou a aplicação individual em casos de oferta limitada.
“Um bom perfil de segurança e desempenho da vacina foram consistentemente demonstrados em estudos clínicos, bem como no uso no mundo real durante o surto global em andamento desde 2022”, afirmou a organização em comunicado. Porém, enfatizou que, “à luz da epidemiologia em mudança e do surgimento de novas cepas de vírus, continua sendo importante coletar o máximo de dados possível sobre a segurança e eficácia da vacina em diferentes contextos”.
Há ainda outras duas vacinas que estão sendo avaliadas pela OMS, a LC-16, da japonesa KM Biologics, e a ACAM2000, da americana Emergent BioSolutions. As doses foram inicialmente desenvolvidas para o vírus da varíola tradicional, mas oferecem proteção contra a mpox pela semelhança entre os patógenos.
Em âmbito mundial, a aprovação da OMS é chamada de pré-qualificação. O processo de análise pela organização é importante porque auxilia autoridades regulatórias dos países, especialmente aqueles que não contam com agências como a Anvisa, a tomarem suas decisões. Além disso, facilita a aquisição e distribuição das doses por entidades como a Aliança Gavi e a Unicef.
"A OMS continua fornecendo suporte técnico aos países e compartilhou a carta de pré-qualificação da extensão de idade (aval para os adolescentes) com as autoridades reguladoras nacionais de 14 países africanos afetados pela mpox. Até o momento, a OMS forneceu assistência técnica às autoridades de 3 países (Gana, Moçambique e África do Sul) para facilitar o registro do produto da vacina usando o mecanismo de confiança e o Procedimento de Registro Colaborativo", disse a organização no último monitoramento sobre a mpox.