Um dos acusados de participar da morte da cantora Sara Mariano, Victor Gabriel Oliveira Neves foi ameaçado dentro do Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. A informação foi levada pela defesa do rapaz ao Tribunal de Justiça da Bahia. Na última segunda-feira (8), a juíza Marina Lemos Ferrari oficiou o diretor da unidade prisional sobre a situação.
"A defesa relatou que o indiciado encontra-se preso no Complexo Penal da Mata Escura por conta da prisão preventiva decretada, e chegou até seus familiares a informação de que o Victor será assassinado no primeiro dia quando for tomar banho de sol no pátio", escreveu a magistrada.
"Ante o exposto, determino que seja oficiado ao diretor da unidade prisional dando ciência da petição para que adote as providências que entender cabíveis para resguardar a integridade física do custodiado", decidiu. "Abra-se vista ao Ministério Público para ciência e manifestação quanto ao pedido, bem como no que se refere ao pedido de habilitação de assistente de acusação", completou a juíza.
O advogado Lucas Souza, que assumiu a defesa de Victor nessa semana, nega que o cliente tenha recebido ameaças.
CASO
De acordo com o Ministério Público da Bahia, Victor; Ederlan Santos Mariano; Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como bispo Zadoque; e Gideão Duarte de Lima se juntaram para assassinar a cantora, cujo corpo foi achado em outubro de 2023, na cidade de Dias D'Ávila.
Os quatro estão presos preventivamente. O MP disse que a execução tinha o objetivo de “se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente”.
Com base nas informações e provas contidas nos autos, a denúncia afirma que Ederlan seria o principal interessado e mentor da morte de sua esposa, “tendo planejado e controlado as ações dos demais denunciados”. Ederlan havia pago R$ 2 mil para Zadoque, Victor e Gideão, e repassaria R$ 15 mil, quando as economias de Sara fossem encontradas.
O MP sustentou ainda que havia também a promessa de recompensa, “que seria o sucesso e fama artística, pois os denunciados eram pregadores, produtores, cantores e músicos com intensa penetração nas redes sociais” e contavam com a promessa de Ederlan de disponibilizar as ferramentas digitais de seu estúdio para promoções das carreiras artísticas dos executores da morte de Sara.