O Ministério Público da Bahia não concordou com a conclusão do inquérito da Polícia Civil relacionado ao caso Davi Lima da Silva, garoto que desapareceu no ano de 2021 em Itiúba, Nordeste da Bahia. A informação foi dada na tarde desta sexta-feira (28) pelo promotor Felipe da Mota.
Neste mês, a Polícia Civil concluiu que o menino se perdeu em uma mata e, por isso, morreu. Família e moradores da região discordam.
Agora, na prática, novas diligências devem ser realizadas por policiais da Delegacia Territorial de Itiúba. O inquérito, remetido ao MP, foi assinado pelo delegado Eduardo Ataanderson, que trabalhou cerca de quatro meses no caso.
No último dia 21, amigos e parentes de Davi Lima fizeram uma manifestação pelo Centro da cidade, pedindo celeridade no caso e contra a decisão da Polícia Judiciária. “Senti uma revolta enorme. Sinceramente? Não tem lógica essa conclusão. Não tem fundamento. Eu não aceito. Davi não se perdeu na mata. Meu filho não tinha como andar 20 quilômetros, descalço”, disse a mãe de Davi, Lilia Lima, presente no ato.
CASO
A decisão do MP sai exatamente na data em que o sumiço de Davi completa quatro anos. O garoto desapareceu no dia 28 de março de 2021 no povoado Varzinha das Olarias, em Itiúba. Na época, o caso teve repercussão nacional. Grupos de buscas, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil foram mobilizados. Helicóptero da PM, além de cães, também foram empregados nas buscas. Davi, porém, nunca foi achado.
Em novembro de 2024, uma novidade: em uma área completamente de mata fechada, uma ossada foi encontrada a poucos quilômetros de onde o menino tinha sido visto pela última vez. No dia 18 de janeiro de 2025, após o Departamento de Polícia Técnica confirmar que se tratava da criança, a família enterrou a ossada de Davi, em Salvador. A mãe, Lilia, e o pai, Edson da Silva, nunca tiveram dúvidas da tese de assassinato.