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Caso delegada Patrícia: falso médico detalha como matou a noiva e conta tudo em depoimento

Data:
Jean Mendes

Tancredo, que chegou a estudar medicina e não pode exercer no Brasil, desmentiu a primeira versão dada por ele, de que o casal havia sido alvo de bandidos perto de Sapeaçu.

Caso delegada Patrícia: falso médico detalha como matou a noiva e conta tudo em depoimento
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Tancredo Neves Lacerda Feliciano de Arruda confessou que usou o cinto de segurança do veículo que viajavam para estrangular a noiva, a delegada Patrícia Neves Jackes Aires. A declaração foi dada durante a audiência de custódia, que decidiu pela prisão preventiva do acusado, na noite de segunda-feira (12). Tancredo, que chegou a estudar medicina e não pode exercer no Brasil, desmentiu a primeira versão dada por ele, de que o casal havia sido alvo de bandidos perto de Sapeaçu.

O corpo de Patrícia foi achado dentro do carro, modelo Renegade, às margens da BR-324, já no município de São Sebastião do Passé, Região Metropolitana de Salvador. A Polícia Civil já sabe que os dois saíram, na madrugada de domingo (11), do município de Santo Antônio de Jesus, a 190 km da capital. 

VEJA, ABAIXO, PONTOS DO DEPOIMENTO DO ACUSADO

ANTES DO CRIME

Na noite do ocorrido, eu estava em santo Antônio de jesus, onde eu já tinha falado com ela que eu queria embora. Não estava aguentando algumas situações. Isso em casa. Patrícia é uma pessoa muito agressiva, sempre foi uma pessoa muito agressiva. Vou falar tudo que aconteceu. Eu tinha feito a minha mala para sair de casa. Quando eu falei isso, ela não deixou, pegou a arma. Tanto que quando vocês chegaram, a arma estava em cima da mesa. Depois de tudo o que aconteceu em casa, ela se acalmou mais, a gente decidiu sair, para rua. Falamos: 'Vamos tentar de novo'. E aí, aconteceu tudo do jeito que eu falei

Segundo Tancredo, ele sofria sérias ameaças da delegada - que, inclusive, colocava em jogo a vida de sua filha, uma criança fruto de relacionamento com outra mulher. A mãe da filha dele, inclusive, tem uma Medida Protetiva ativa contra o falso médico. 

Patrícia tava me ameaçando com arma, ameaçando matar minha filha, matar minha mãe. A gente saiu mesmo assim, porque ela me ameaçava sempre. O ameaçar dela não me intimidava. Ela saía sem arma. Fomos para o bar e ela decidiu que a gente iria para Salvador. Nesse momento, estava tudo mais tranquilo. Eu não costumo ficar embriagado. Ela bebeu. Não usamos medicamentos. Ela, acho que não chegou a usar naquele dia, mas ela faz uso contínuo de alguns remédios. Ela decidiu que íamos para Salvador e eu disse: 'Vamos passar em casa para pegar roupa não?' Ela respondeu: ‘Você pega roupa de um amigo seu e eu compro biquini para ir à praia

Ainda na versão do acusado, foi durante a viagem que Patrícia teria iniciado uma discussão, dentro do Renegade. É nesse momento do depoimento que ele desmente a própria versão dada ainda na madrugada do crime. 

Parei em Sapeaçu para fazer xixi. Não teve assalto. Seguimos. Quando passou do primeiro pedágio, da BR-101, ela estava dormindo e não aconteceu nada. Ela estava descansando acordou. E eu comecei: 'Patrícia, vamos aproveitar que estamos indo para Salvador, deixa eu passar um tempo lá'. E aí começou de novo com as ameaças, a gritaria. Só que, como falei com você, eu não tinha medo das ameaças, mas nesse dia ela puxou o volante e a gente foi parar onde a gente parou [no matagal]. Eu estava dirigindo. Ela puxou o volante e a gente entrou no mato. No mato, ela disse: 'Tá vendo? Agora que eu vou botar para fud** em você. Vou acabar com a sua vida, vou matar sua mãe, seu pai, sua filha, seu irmão'. Coisas que ela já fazia, inclusive por telefone. Tem todos os registros de quando eu tentei me afastar. Ela já foi atrás de mim em Salvador, em Itamaraju, e não foi a primeira vez. Patrícia não aceitava o término de jeito nenhum, e eu não vou negar que amava ela. Mas sempre voltava o mesmo lugar de ameaças. Eram só palavras. Ela nunca tinha feito nada.

BRIGA NO CARRO

Ainda no depoimento de Tancredo, ele revela que assassinou a delegada usando o cinto de segurança do automóvel. Ele diz que não premeditou a execução. 

Ela começou a vir para cima de mim. Tentei falar para, e ela não parou. Ela me deu um murro na testa. O lábio dela não fui eu quem toquei. Acho que foi na pancada do carro. Eu não estou negando nada não. Não sou monstro, não sou bicho. Foi o cinto [de segurança]. Ela veio para cima de mim e perdi a cabeça. Foi o cinto. Puxei o cinto para trás, só. Parei e perguntei se ela ia matar todo mundo, e ela disse: 'Vou mesmo'. Enrolei o cinto no pescoço dela e puxei. Isso tudo aconteceu onde o carro estava, no mato. Não foi feito isso previamente.

FALSO TESTEMUNHO

O acusado, então, relembra que inventou a história de sequestro com medo de represálias da Polícia Rodoviária Federal. 

A história foi acontecendo. Não tinha nem pé, nem cabeça. Se fosse premeditado, eu teria mais cabeça. Só saí do carro e nem sabia que ela estava morta. Mas ela tava desacordada. Saí do carro, que estava desligado. Saí e liguei para a polícia na mesma hora. Levei meu celular só. Fui para a BR ligar para a PRF. Quando foi apertando, achei a localização para mandar a vocês. Eu liguei a PRF e iria falar tudo, mas fiquei com medo de represália, por ela ser delegada.

DÍVIDAS

Por fim, Tancredo nega que a motivação do assassinato tenha sido dívidas, e confirma que estava com o casamento marcado, para esta quarta-feira (14). 

Ameaça tem a torto e a direito nesse celular. Apertou a mente. Apertou a mente. Nunca peguei dinheiro a ela e não devolvi. Ela estava sem dinheiro para pagar o cartão, com mais de 20 mil reais [...] Existe uma dívida dela comigo. A gente esava fazendo balanço de casa assim: ela pagando mais as coisas de casa. A motivação não foi dívida. Eu tenho dinheiro, R$ 148 mil na conta, de meu pai. Eu emprestei dinheiro para pagar o cartão dela [...] Tem um PIX dela para mim só, de cinco mil. A gente iria casar no dia 14/8. Eu ganhava dinheiro com marketing. O último dinheiro que recebi [...] não consigo me recordar.

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