Uma a cada duas mulheres que foram mortas no Brasil em 2022 foi vítima de arma de fogo. O crime, geralmente, tem como autor uma pessoa próxima da vítima –28% são parceiros íntimos, 9% amigos ou conhecidos e 6% familiares.
Os dados são do terceiro relatório do Instituto Sou da Paz sobre o papel da arma de fogo na violência de gênero no Brasil. Segundo o estudo, 60% da mortes são de mulheres entre 20 e 39 anos. Além disso, sete de cada dez mulheres assassinadas no país são negras (a soma de negras e pardas).
Em 2022, a maioria dos casos de violência que envolvem armas de fogo estavam relacionadas a agressões físicas (52%), seguida de psicológica (22%) e, por fim, sexual (15%). Em média, as armas provocaram a morte de 2.200 mulheres a cada ano no Brasil no período analisado -o equivalente a 6 mortes por dia. O pico de homicídios aconteceu em 2017, quando 4.928 mulheres foram assassinadas. O ano foi marcado por guerras de facções por rotas de tráfico de drogas no Norte e Nordeste.
A pesquisa tem como objetivo conscientizar sobre a realidade brasileira de violência de gênero, na semana do Dia Internacional da Mulher, que acontece nesta sexta-feira (8) .
A pesquisa utiliza os dados consolidados do Sistema Nacional de Vigilância de Agravos de Notificação (Sinan) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).