O delegado Nilton Tormes e Araújo foi exonerado do cargo de coordenador do Departamento de Polícia Metropolitana, da Polícia Civil da Bahia. A decisão foi assinada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) e postada no Diário Oficial do Estado, nesta quarta-feira (26).
Além do delegado, houve mudança em outras unidades da corporação e a expectativa é que mais novidades aconteçam nos próximos dias. Na última segunda-feira (24), o delegado André Viana foi nomeado delegado-chefe da Polícia Civil, substituindo Heloísa Brito.
Não foi designada uma nova unidade para Nilton Tormes trabalhar. Ele enfrenta uma séria denúncia sobre desvio de 14 fuzis durante uma operação do Depom, no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, em julho de 2024. Ainda não foi aberto um processo administrativo contra o delegado.
A apuração que inclui Nilton Tormes envolve ainda as mortes dos informantes Jeferson Sacramento Santos e Josenal Santos Souza. Eles que seriam os responsáveis por entregarem a localização das armas. Além do delegado, um cabo da Polícia Militar também estaria sendo investigado.
O delegado se manifestou apenas por nota, enviada ao G1. Veja, na íntegra:
Primeiramente, é importante ressaltar que o objeto da investigação se refere a uma operação oficial da Polícia Civil do estado da Bahia, que contou com a autorização da instância superior, com a participação de policiais do Depom e da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core). Essa operação, inclusive, foi amplamente coberta pela mídia nacional devido ao sucesso na recuperação de armas de fogo de grosso calibre, drogas e munições.
Diante dessas circunstâncias — especialmente considerando o resultado positivo da operação e a atuação efetiva de órgãos e autoridades máximas da SSP-BA — recebi com surpresa o início da investigação, mas sempre respeitei a opção político-institucional.
Continuo colaborando ativamente com a investigação, uma vez que não tenho nada a temer. Assim, espero que a apuração revele a regularidade do meu exercício da função pública ao longo de mais de 20 anos na Polícia Civil, e que a verdade dos fatos aparecerá demonstrando a idoneidade que sempre me pautou. Por fim, é importante esclarecer que o objeto da investigação não envolve a apuração de homicídio. Destaco que atuo na condição de testemunha do Ministério Público nos autos que tramitam e julgarão o referido homicídio.