A desembargadora Cassinelza da Costa Santos Lopes, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi aposentada compulsoriamente do cargo após uma investigação sobre a sua relação com desdobramentos da Operação Faroeste. A decisão foi publicada no Diário Oficial do órgão no último 11 de julho e entrou em vigor no mesmo dia.
Cassinelza foi afastada do cargo em março deste ano, após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontar "violação de deveres de independência, imparcialidade, integridade e cautela" na sua conduta. Segundo o CNJ, a desembargadora agiu com omissão em uma ação de usucapião que envolve uma fazenda do oeste da Bahia. Com 39 anos de carreira na magistratura, Cassinelza iniciou sua trajetória como juíza substituta em 1986, na Comarca de Central, e foi promovida ao cargo de desembargadora do TJ-BA em 2022, atuando na 3ª Câmara Cível.
O valor que ela passará a receber não foi divulgado pelo TJ-BA.
A Operação Faroeste descobriu um suposto esquema de venda de decisões judiciais envolvendo juízes e desembargadores da Bahia, com a participação de membros de outros poderes que operavam para blindar institucionalmente a fraude.
A operação foi iniciada em novembro de 2019 e resultou na prisão de quatro advogados e no cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão. Além disso, seis magistrados foram afastados de seus cargos. A desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Maria do Socorro Barreto Santiago, também foi presa no mesmo mês. A investigação sugere que o esquema era complexo e envolvia uma rede de pessoas que trabalhavam juntas para vender decisões judiciais.
