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Fonoaudióloga denuncia ex-marido por agressões e violência sexual contra filha, de 3 anos; homem e babá negam

Data:
Driele Veiga

Ela relata que após a separação do casal, a filha começou a chegar da casa do pai com marcas roxas de agressão no corpo e vermelhidão nas partes íntimas

Fonoaudióloga denuncia ex-marido por agressões e violência sexual contra filha, de 3 anos; homem e babá negam
Rede Social

A fonoaudióloga Tamires Reis denunciou o ex-marido, Paulo Roberto Santos, através das redes sociais, por violência física e sexual contra ela e também contra a filha deles, uma criança de 3 anos. Ambos são moradores de Salvador e Paulo é dono de uma academia de tênis.

Por meio de um vídeo, de 30 minutos, Tamires relata, com fotos, abusos físicos e sexuais que teriam sido vividos pela filha de apenas 3 anos, fruto do seu casamento que durou 10 anos. Ela relata que, após a separação do casal, a filha começou a chegar da casa do pai com marcas roxas de agressão no corpo e vermelhidão nas partes íntimas. A mãe conta ainda que a criança começou a esconder a genitália, impedindo que ela realizasse a higiene e troca de fraldas. 

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O vídeo foi postado no Instagram, no domingo, e logo viralizou. A fonoaudióloga mostra trechos de gravações das câmeras de segurança da casa, onde Paulo aparece a xingando e a humilhando. Em um dos vídeos, está registrado uma briga do casal na qual a pauta são marcas de mordidas pelo corpo da bebê. Paulo se exalta e ofende Tamires.

"Aqui é minha casa. Eu mando e você obedece", "vai tomar no c*", "vai se fo*er", "sua Pu*a". Esses são trechos de falas proferidas por Paulo a Tamires.

O empresário Paulo Júnior se defendeu, em carta aberta, das acusações. Ele se diz “vítima de uma campanha difamatória, cruel e irresponsável”, causada por Tamires. Na carta aberta, Paulo atribui a “perseguição” ao fato de ter assumido o relacionamento com sua atual esposa. “A partir dessa data, minha vida virou um inferno”, escreveu.  

LEIA O TEXTO COMPLETO

Sou Paulo Souza Filho, sou professor de tênis e tenho uma filha de 3 anos a quem eu amo mais do que a mim mesmo. No último ano, venho sendo vítima de uma campanha difamatória, cruel e irresponsável da mãe de minha filha.

Vivemos um relacionamento por 10 anos e, de fato, em muitos momentos tivemos discussões pesadas. Entretanto, nunca, em momento algum, eu a agredi fisicamente.

Após separação, mantivemos relação pacífica por cerca de um ano, onde eu visitava minha filha diariamente, viajávamos juntos, almoçávamos juntos, passamos Natal, Réveillon, e datas comemorativas, tudo no intuito de mostrar a minha filha que, apesar da separação, tinha harmonia e respeito entre nós.

Tudo mudou quando eu assumi publicamente um relacionamento com minha atual esposa e disse a ela que queria ter mais tempo com minha filha.

A partir dessa data, minha vida virou um inferno. No dia em que comuniquei a ela que queria passar mais tempo com minha filha, ela foi à delegacia e registrou uma queixa absurda de abuso sexual de minha filha, solicitou medidas protetivas para ela e minha filha. Desde então, tudo que faço é me defender nesses processos, para provar minha inocência.

A medida protetiva de minha filha foi negada e arquivada, porque ficou provado que não havia nenhum indício da acusação.

No inquérito policial, foram ouvidas as testemunhas, entre elas a babá e a escola, que afastaram qualquer possibilidade de ter ocorrido qualquer tipo de violência contra minha filha. Na semana passada, obtivemos uma decisão liminar que me garantia o direito de guarda compartilhada e de visitas à minha filha. Essa decisão está sendo descumprida, por ela, já que sumiu com minha filha, não leva mais para escola e estou sem qualquer contato e notícia de minha filha.

Diante da questão judicial, como último recurso, ela passou a promover uma campanha difamatória nas redes sociais, me acusando de coisas absurdas totalmente contrárias aos meus princípios éticos e morais.

A verdade é que estou um ano privado do contato com minha filha e tudo que eu quero é voltar a abraçar minha filha, cuidar dela e ser o pai que sempre fui.

MP-BA REABRE INVESTIGAÇÃO

Com toda repercussão do caso, que já teve mais de 600 mil compartilhamentos, o Ministério Público, que tinha solicitado o arquivamento do caso por suposta falta de provas, comunicou a reabertura e a continuidade das investigações.

Em nota enviada à imprensa, o órgão disse que tomou a decisão "após o recebimento de informações adicionais, que não haviam sido anexadas ao inquérito policial".

"O MP havia solicitado o arquivamento do caso com base no inquérito policial que não identificou indícios suficientes de autoria e materialidade para a configuração do crime", justifica o texto. A mãe alega no vídeo que, mesmo com todas as evidências, inclusive com relato da própria criança, que descreveu os atos obscenos, a Justiça não impediu o contato da criança com o pai, que é dono de academia luxuosa de tênis, no Caminho das Árvores.

Segundo a mãe, a criança chama o pai de “monstro Guilherme”, chora para não ir passar os finais de semana e quando volta está extremamente agressiva e chega a mutilar o próprio corpo.

A fonoaudióloga ainda lembra que as idas da menina para casa do pai eram traumáticas. “Em julho de 2022, ele devolveu minha filha e ela chorava muito. Tentei trocar ela, mas fez barreira de travesseiros, dobrou as pernas e cobriu o rosto. Não deixava eu tirar a fralda de jeito nenhum. Vi que as regiões íntimas estavam avermelhadas. Não conseguia fazer a higienização correta por causa desse trauma de quando ela estava na casa do pai”. 

Tamires conta que perguntou ao pai da criança sobre a situação e ele acusou a namorada dele e disse que iria terminar o relacionamento. Depois, os encontros só aconteciam na presença da babá. “Mas ele deixava a babá em casa e saía sozinho com minha filha. A babá relatou situações de maus-tratos dele com minha filha. E, assim, todas as babás que passaram tinham medo dele”, afirma. A situação só teria sido confirmada quando a filha reproduziu atos de cunho sexual em casa.

“Quem fez isso em você? ‘Foi papai, mamãe, foi papai que fez'”, descreve. “Na hora veio um misto de raiva porque tive a prova concreta de que tudo que estava sentindo e tudo que filha estava gritando era verdade. Minha filha estava passando por violência sexual”.

Tamires prestou queixa e conta que a polícia indiciou o pai. O caso seguiu para o MP, que pediu a reabertura do inquérito. Novamente, a conclusão foi o indiciamento do suspeito.

DEPOIMENTO DA BABÁ

Todo caso ainda ganhou novo capítulo após o depoimento público de uma babá que teria tomado conta da filha de Tamires e acompanhado a rotina do casal. A ex-funcionária, Bárbara Maria Correa Silva, gravou um vídeo e disse que viu de perto o que aconteceu.

"Eu convivi com eles, trabalhei com ele e com ela em casa quando teve toda a separação. Eu vi tudo de perto como aconteceu. Tudo isso que ela está falando é inverdade, é mentira". De acordo com a babá, ela ainda aconselhou Tamires a pensar bem no que ela iria fazer porque a menina era apegada ao pai.

"Ela queria proibir dele ver a filha, não deixar sair para almoçar nada. Eu disse: ‘não faça isso’. Ela disse que não ia pensar na filha e sim nela".

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