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Homem que foi agredido por PM na Pituba é sobrinho de tenente coronel; 'Fiquei machucado também'

Data:
Driele Veiga

Paulo Roberto foi colega de turma do Comandante Geral da PM.

Homem que foi agredido por PM na Pituba é sobrinho de tenente coronel; 'Fiquei machucado também'
Arquivo Pessoal

O contador que foi agredido pelo cabo da Polícia Militar Danilo Augusto Oliveira Machado, no último dia 6 de junho, data do aniversário, é sobrinho do tenente coronel da corporação, Paulo Roberto. O oficial, inclusive, foi colega de turma do comandante-geral, Paulo Coutinho, que já teria determinado apuração do caso. 

"Eu mandei mensagem para Coutinho e ele me ligou. Já tinha visto as imagens e determinado abertura de apuração do caso sem saber que era meu sobrinho", disse Paulo Roberto ao Portal do Casé.

O tenente coronel está há cinco anos na reserva, após servir 32 anos na PM. Foi ele quem reconheceu o sobrinho depois de ver o vídeo das agressões circulando na internet. As imagens mostram Danilo Machado dando socos, chutes, pisões e colocando a arma na cabeça da vítima por duas vezes. As agressões duram pouco mais de quatro minutos. O militar é lotado na 31ª Companhia Independente (CIPM/Valéria).

De tanto apanhar, o contador desmaiou. Em conversa com o Portal do Casé, Paulo Roberto se mostrou revoltado ao ver um colega de farda agindo com tamanha violência contra um cidadão de bem.

"Fiquei machucado também. Parece que apanhei com meu sobrinho. Dói saber que um colega de farda está nessa violência. O mundo está precisando de polícia que brigue pela paz. Aí a gente vê uma imagem dessa, dá muita tristeza. O que me acalma é que o comandante-geral e a delegada Marita [Souza] estão focados no assunto. O governador também já está ciente. Esse policial precisa ser expulso da corporação. Não tem condição de permanecer com arma em mãos", relatou.

As investigações policiais apuram, inclusive, se Danilo Machado tem posse de arma. Ele estaria com uma pistola semiautomática. "Arma e bebida não combina. É preciso descobrir se a arma era dele ou da corporação. Também saber se ele tem porte de arma", falou Paulo.

Sobre o sobrinho, o tenente coronel disse que ele está envergonhado, assustado e com medo de tudo que está acontecendo. "Esse policial tem que responder por tentativa de homicídio e tortura. O governador já tem conhecimento dos fatos. Não vamos deixar barato. Esse mau elemento tem que sair da corporação", indignou-se.

CASO 

O contador comemorava o aniversário de 35 anos num bar no Parque Júlio César, na Pituba, quando se envolveu numa briga com o cabo da Polícia Militar Danilo Augusto Oliveira Machado. O motivo seria o conteúdo do celular do PM que era ilícito. Segundo testemunhas, o agente de segurança mostrava celebridades mortas e teria sido repreendido pela vítima. Com as agressões o homem desmaiou e teria acordado sozinho e ido para casa sem saber o que tinha acontecido.

"Ele não contou nada a ninguém. Estava com vergonha do que aconteceu. Quando eu o vi nas imagens, procurei saber o que ocorreu. A partir daí, o levei para registrar queixa, fazer exame de corpo delito e outros médicos", contou. Segundo Paulo, o sobrinho contou que acordou do desmaio sozinho, levantou e foi para casa dormir. No dia seguinte, sentiu dores no corpo e percebeu que estava sem os óculos.

Além da própria PM, a Polícia Civil apura o caso, por meio da 16ª Delegacia Territorial. A delegada Marita Souza comentou a situação. “É uma cena chocante. Estamos investigando o que motivou, se teve conflito antes entre as partes. Ambos frequentam o bar onde o caso aconteceu. A vítima não se recorda do que aconteceu e por isso a vergonha”, contou.

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