O homem que já foi considerado um dos mais perigosos da Bahia está preso. Genilson Lino da Silva, conhecido como "Perna", se entregou no Mato Grosso do Sul. Ele tinha mandado de prisão em aberto por um homicídio em Pernambuco. Também responde a outros crimes, na Bahia.
Segundo a PM do Mato Grosso do Sul, policiais foram acionados na tarde de sexta-feira (19) por comerciantes da Avenida Marinha, de que um homem queria se entregar. No local, Genilson confirmou que tinha dois mandados de prisão em aberto - no Paraná e Pernambuco - e foi apresentado na delegacia.
Além de responder por tráfico de drogas, roubo, porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa, "Perna" é investigado por homicídio em Pernambuco. A vítima foi o personal trainer Rodrigo Gama, em Caruaru.
O assassinato do profissional aconteceu em 2023. De acordo com a Polícia Civil pernambucana, "Perna" mandou executar o trabalhador porque estaria com ciúmes da esposa. Além disso, teria recebido um alerta do personal por supostamente estar gravando mulheres, sem permissão, na academia.
Além do traficante, outros três homens já estão presos pelo homicídio de Rodrigo. Após audiência de custódia, a prisão do criminoso foi mantida.
HISTÓRICO
Denúncias do Ministério Público da Bahia apontam que "Perna" era líder da extinta facção criminosa "Caveira", que dominava as ações na Bahia entre 2005 e 2018. Em 2008, ele foi transferido do Complexo Penitenciário dos Barris para o presídio de Cantanduvas, no Paraná.
No mesmo ano, Genilson foi alvo da operação "Big Bang". Segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, ele comandava o bando de dentro da Penitenciária Lemos de Brito, em Salvador, onde já cumpria pena de 39 anos de prisão, por tráfico de drogas e assalto a bancos.
Na cela, foram encontrados equipamentos que revelavam que ele vivia em condições especiais para um detento, como aparelho de um DVD, um televisor de plasma, duas geladeiras, uma cama de casal e aparelhos de ginástica.
Em 2012, enquanto estava no Presídio do Paraná, "Perna" foi alvo de uma operação da Polícia Civil que buscou desarticular um esquema que desviava dinheiro de contas. Foram cumpridos, na época, três mandados de prisão.
Fontes da Secretaria da Segurança Pública apontam que a facção criminosa "Caveira" deu espaço, como uma espécie de ramificação, ao "Bonde do Maluco". O fundador do BDM, José Francisco Lumes - conhecido como "Zé de Lessa" -, tinha uma forte relação com "Perna".
Após anos no Paraná e também passando por cadeia em Roraima, já na facção BDM, "Perna" foi transferido novamente para a Bahia, desta vez para o presídio de Serrinha. Não há informações oficiais sobre o ano que ele acabou solto.
