O espancamento que terminou na morte de uma pessoa em situação de rua no bairro do Corredor da Vitória, em Salvador, foi flagrado por câmeras de segurança do condomínio onde mora o secretário da Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner.
A informação foi confirmada com exclusividade pela reportagem do Portal do Casé. O nome do edifício será preservado. Quatro suspeitos do crime estão presos: os namorados Lincoln Sena Pinheiro e Marcelo da Cunha Rodrigues Machado, além de Sérgio Ricardo Souza Menezes e Laércio Souza dos Santos.
"Foram localizadas câmeras de videomonitoramento (imagens anexas) nos edifícios do entorno, em especial no próprio Ed. [NOME] e naquele em frente e mais à direita, posto que, aparentemente, têm melhor ângulo para a captação do fato", destacou o delegado responsável pelo Serviço de Investigação de Local de Crime no relatório realizado no dia do assassinato, ocorrido na madrugada de sábado (23).
A reportagem do Portal do Casé apurou ainda que porteiros de pelo menos quatro condomínios que estavam trabalhando no momento do crime foram intimados para prestarem esclarecimentos no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Quem viu o espancamento não aceita falar com a imprensa, se identificando. "Foram mais de 15 minutos de espancamento. A vítima furtou o cordão de ouro de um dos suspeitos. Depois desse tempo, o quarto suspeito deu um chute muito forte na vítima. Foi nesse momento que a Polícia Militar chegou", contou uma testemunha, sob a promessa de que não seria identificada. Os quatro foram presos por agentes do 18º Batalhão.
Na delegacia, os PMs contaram que viram Marcelo Rodrigues aplicando um golpe de jiu-jitsu, conhecido como mata leão, na vítima. Disseram ainda que Laércio Souza dos Santos, agindo em participação com o primeiro, aplicou um golpe de jiu-jitsu como chave de braço no rapaz. Ainda na versão dos policiais militares, Lincoln Sena Pinheiro, também estava participação, segurando pelo tronco o suspeito do furto.
Por fim, o depoimento dos policiais confirma a versão dada por outras testemunhas, de que Sérgio Ricardo Souza Menezes, "embora não tenha sido presenciado por esse declarante, duas testemunhas oculares afirmaram que ele chutou violentamente a cabeça da vítima".