O Tribunal de Justiça da Bahia marcou a audiência de instrução e julgamento do caso da cantora Sara Mariano, assassinada em outubro de 2023 na cidade de Dias D'Ávila, Região Metropolitana de Salvador. Nessa fase do processo, são ouvidas testemunhas de defesa e acusação.
São suspeitos do crime o então marido da vítima, Ederlan Santos Mariano; Victor Gabriel Oliveira Neves; Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como bispo Zadoque; e Gideão Duarte de Lima.
A decisão foi assinada pela juíza Marina Lemos de Oliveira Ferrari. As testemunhas serão ouvidas em dias diferentes. As de acusação no dia 26 de março. As de defesa, em 16 de abril. Conforme a magistrada, as audiências foram divididas por conta da quantidade de réus e pessoas arroladas pelos advogados pera serem ouvidas.
A audiência de instrução e julgamento será realizada de maneira híbrida. Advogados e testemunhas que não tiverem acesso à internet deverão comparecer no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Os demais, serão ouvidos por meio da internet mesmo.
HABILITAÇÃO DE DEFESA
Em outra decisão sobre o mesmo processo, a juíza Marina Ferrari acolheu um pedido do Ministério Público da Bahia e inabilitou o advogado Marcos Rodrigues como assistente de Dolores de Feitas Sousa Lima, mãe de Sara Mariano. Ela precisou constituir outro defensor.
A magistrada entendeu que o advogado da família de Sara Mariano, Marcos, atua em outros processos em conjunto com o advogado Otto Vinícius de Oliveira Lopes, que representa o réu Ederlan no processo, "causando, assim, conflito de interesses entre acusação (assistente) e defesa, o que se mostra incompatível com o princípio do devido processo legal".
CRIME
De acordo com o Ministério Público da Bahia, Victor, Ederlan, Weslen e Gideão se juntaram para assassinar a cantora, cujo corpo foi achado em outubro de 2023, na cidade de Dias D'Ávila.
Os quatro estão presos preventivamente. O MP disse que a execução tinha o objetivo de “se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente”.
Com base nas informações e provas contidas nos autos, a denúncia afirma que Ederlan seria o principal interessado e mentor da morte de sua esposa, “tendo planejado e controlado as ações dos demais denunciados”. Ederlan havia pago R$ 2 mil para Zadoque, Victor e Gideão, e repassaria R$ 15 mil, quando as economias de Sara fossem encontradas.
O MP sustentou ainda que havia também a promessa de recompensa, “que seria o sucesso e fama artística, pois os denunciados eram pregadores, produtores, cantores e músicos com intensa penetração nas redes sociais” e contavam com a promessa de Ederlan de disponibilizar as ferramentas digitais de seu estúdio para promoções das carreiras artísticas dos executores da morte de Sara.