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Líder do 'agro' morto, médica presa e advogado alvo: veja detalhes da operação que mirou 'império da maconha' na Bahia

Data:
Jean Mendes

O chefe era Rener Manoel Umbuzeiro, que morreu em confronto

Líder do 'agro' morto, médica presa e advogado alvo: veja detalhes da operação que mirou 'império da maconha' na Bahia
Divulgação

Família Umbuzeiro. Esse foi o grupo alvo de uma megaoperação da Polícia Federal e do Ministério Público da Bahia que, com cultivo de maconha, levantou mais de R$ 50 milhões. O chefe era Rener Manoel Umbuzeiro. Também estavam no esquema a esposa dele, Niedja Maria Lima de Souza; e a filha do casal, a médica Larissa Gabriela Lima Umbuzeiro.

Além do trio, outras quatro pessoas tiveram mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça da Bahia em uma investigação que dura cerca de cinco anos, desde 2019. Os policiais saíram às ruas na madrugada de quarta-feira (21). Rener Manoel Umbuzeiro, que até então era um empresário do meio "agro", reagiu ao ver as equipes. Ele foi ferido no confronto e socorrido para um hospital, mas não resistiu.

Rener Manoel

A PF não informou em qual cidade ele foi localizado. Gabriela foi presa em São Paulo e era, segundo as apurações, operadora financeira do esquema, junto com a própria mãe. A família tinha várias empresas ligadas principalmente à cidade de Feira de Santana. Gabriela chegou a atender no município. Um advogado também foi alvo de buscas. Os nomes dos outros quatro suspeitos não foram revelados pelas autoridades.

Para esconder o esquema de plantio da droga, Rener tinha a Umbuzeiro Agropecuária - uma empresa sediada na cidade de América Dourada, Norte da Bahia, que cultivava batata; abacaxi; alho; cebola; e feijão, por exemplo. Mas era do plantio da maconha que veio a fortuna da família.

Em uma das representações feitas pela PF à Justiça da Bahia, em 2020, o órgão federal chegou a dizer que "Rener Manoel coordena as ações de plantio, cultivo, colheita, transporte, armazenagem e entrega de drogas, sobretudo maconha, nas regiões de Irecê e Feira de Santana, por meio de diversas pessoas cuidadosamente recrutadas para integrarem a suposta organização criminosa da qual exerce a liderança".  

Naquela época, os investigadores já apontavam que a família Umbuzeiro tinha forte relação com o crime. "Vários membros da própria família, inclusive Niedja Maria, a qual executa a ocultação de bens e valores auferidos com os crimes em tese mencionados".

"OPERAÇÃO KARIRI"

A ação deflagrada na quarta contou com 100 policiais, militares e federais, que cumpriram as ordens judiciais em Salvador, Feira de Santana, América Dourada, Morpará, Ibititá, Muquém do São Francisco, Brasília, Ibimirim e São Paulo. 

Os envolvidos responderão pelos crimes de tráfico de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com a PF, o lucro da plantação de maconha era usado para comprar imóveis de luxo. A família Umbuzeiro é natural de Pernambuco e usava "laranjas" para tentar dificultar o rastreio do dinheiro ilícito.

Ao todo foram identificadas cinco fazendas pertencentes ao principal alvo da investigação que constam em nome de terceiros. Durante as investigações já foram realizados três flagrantes e cerca de 1 tonelada de drogas e roças de maconha foram erradicadas. 

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