Uma nova pesquisa do instituto Datafolha, divulgada neste domingo (23), revela que 51% dos brasileiros têm mais medo do que confiança na polícia. Por outro lado, 46% afirmaram confiar mais do que temer a instituição. Os dados evidenciam uma persistente divisão na percepção da segurança pública no país.
O levantamento foi realizado nos dias 12 e 13 de dezembro, com 2.002 pessoas de 16 anos ou mais em diferentes regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança da pesquisa é de 95%.
Os números são semelhantes aos da pesquisa anterior, realizada em abril de 2019, quando a mesma pergunta foi feita. Na ocasião, também 51% dos entrevistados afirmaram temer mais a polícia, enquanto 47% confiavam mais nela.
Violência policial e percepção pública
A pesquisa também investigou a percepção da população sobre casos de violência policial. Cerca de 63% dos brasileiros afirmaram ter algum grau de conhecimento sobre o tema em São Paulo, sendo 34% bem informados, 25% mais ou menos informados e 4% mal informados. Já 37% disseram desconhecer o assunto, número que cai para 56% entre jovens de 16 a 24 anos.
Entre os que conhecem os casos recentes, 55% têm mais medo do que confiança na polícia, enquanto 42% afirmaram o oposto.
Gênero, raça e posicionamento político
O estudo destaca diferenças marcantes entre segmentos da população. Mulheres tendem a temer mais a polícia (56%) do que os homens (52%). Já entre pessoas pretas, o índice de temor chega a 59%, contra 45% entre brancos.
A pesquisa também expôs disparidades relacionadas às preferências políticas. Entre os eleitores de Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, 58% têm mais medo da polícia, enquanto 40% dos eleitores de Bolsonaro disseram o mesmo. Por outro lado, 58% dos eleitores de Bolsonaro afirmaram confiar mais do que temer a instituição, número que cai para 38% entre os eleitores de Lula.
Regiões
O levantamento apontou que a confiança na polícia é mais expressiva entre os moradores da região Sul (57%) e entre homens (52%). Já o temor prevalece entre mulheres (56%), moradores de áreas periféricas e jovens adultos.
