A juíza substituta Mariana Boaventura Sá Ponhozi autorizou prisão domiciliar para Elisângela Almeida Oliveira, suspeita de matar uma mulher e duas filhas pequenas, envenenadas e em semanas diferentes, no município de Maragogipe, no ano de 2018. A decisão foi assinada em março de 2024 e a mulher vai usar tornozeleira eletrônica. O Ministério Público da Bahia deu parecer favorável à soltura da ré, que tem problemas de saúde.
"A Diretora do Conjunto penal em que a ré se encontra informou que a custodiada sofre de problemas de bexiga neurogênica, fazendo uso de sonda, tendo sido internada diversas vezes, com agravamento do quadro. Diante disso, requereu a imposição de prisão domiciliar 'de modo a viabilizar o atendimento multidisciplinar que incluir urologia, fisioterapia, psicologia e tratamento farmacológico adequado'", entendeu a juíza.
"No mesmo sentido foi o relatório médico elaborado por Médica Clínica Assistente do Conjunto Penal Feminino, atestando que 'já foram esgotados os diversos recursos possíveis dentro da instituição prisional para tratamento, acompanhamento e melhora dos sintomas apresentados pela interna, sendo 'crucial manter acompanhamento regular da paciente, com alternativas de tratamento fora da instituição'", completou a magistrada.
Elisângela deverá seguir uma série de regras, a exemplo de: cientificar previamente o Juízo de qualquer alteração de endereço de residência ou de telefone de contato; e manter o aparelho de monitoramento 24 HORAS ligado e NUNCA deixá-lo descarregar. Caso descumpra essas e outras medidas, a prisão domiciliar será revogada, como já explica a juíza Mariana Boaventura na decisão.
CRIME
As vítimas foram Adryane Ribeiro Santos, de 23 anos; e as filhas dela, Greisse Santos da Conceição, de 5; e Rute Santos da Conceição, de 2. Adryane morreu no dia 13 de agosto. Ela foi a última a ser envenenada. No dia 30 de julho, Greisse já tinha morrido. A irmã dela, Rute, morreu no dia 2.
Investigações da Polícia Civil apontam que Elisângela Almeida Oliveira, presa em outubro de 2018, era conhecida das vítimas e todos frequentavam a mesma igreja. A suspeita, porém, teria despertado um interesse pelo marido de Adryane e, por isso, planejou as mortes em três semanas diferentes.
O marido da acusada, Valci Boaventura Soares, também chegou a ser preso, mas acabou solto por falta de provas. As apurações da Polícia Civil ainda constataram que Elisângela usou veneno no preparo de comida das vítimas para consumar os homicídios.