A Polícia Federal cumpriu, no início da manhã desta quarta-feira (7), mandado de busca e apreensão dentro de um apartamento do condomínio Top Hill, localizado no bairro do Horto Florestal, um dos mais caros de Salvador. A operação, batizada de "Tropeiros II", busca desarticular um grupo criminoso responsável por tráfico internacional de drogas através de voos com destino à Europa.
Além da capital baiana, os policiais estiveram em imóveis nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo e Campinas. Os mandados foram cumpridos em residências e empresas dos investigados, além de casas de câmbio e escritório de advocacia. Também foram cumpridas ordens judiciais de sequestro de bens e medidas cautelares diversas da prisão, como entrega de passaporte, proibição de se ausentar do país e bloqueio de valores.

A operação, segundo a PF, é resultado da análise do material arrecadado na 1ª fase da operação, deflagrada em novembro de 2022, além da quebra de sigilo bancário. Investigadores descobriram que a quadrilha operava com foco na remessa de drogas – principalmente cocaína – para a Europa por meio de “mulas”, em um esquema que contava com o envolvimento de empresários, doleiros, um advogado e um gerente de instituição financeira.
Após a cooptação das “mulas”, diz a PF, os integrantes do grupo entregavam as drogas compradas por eles, as quais eram remetidas para o exterior por meio de malas e mochilas especialmente preparadas para ocultar as substâncias ilícitas transportadas. Ao chegarem no exterior, as “mulas” entregavam os entorpecentes para os contatos indicados pela associação criminosa. Eram essas pessoas as responsáveis pela venda.
O aprofundamento das apurações indicou que a associação criminosa investigada na Operação Tropeiros possuía mais integrantes, além de revelar indícios de movimentações financeiras ligadas à prática de lavagem de dinheiro que chega a R$ 10 milhões.
As investigações foram iniciadas a partir da prisão em flagrante de uma jovem que transportava 3,2kg de cocaína oculta no forro da bagagem despachada, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. A mulher, natural do próprio estado, pretendia embarcar em voo com destino à cidade portuguesa de Horta, de onde a droga seria distribuída pela Europa.
Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e tráfico transnacional de drogas.